terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Degradação

Que animal é este que se destrói a si próprio para mero prazer momentâneo? E que se deixa, de um modo tão sórdido, levar pelas tentações da facilidade. Um animal que deixa a sua sociedade chegar a um estado lastimável de degradação.
Uma excelente analogia para demonstrar o que pretendo dizer é uma subida/descida inclinada. Descer, ou seja, ir para o fundo, para a degradação, para o ponto mais baixo atingível pela condição humana é bastante fácil, e a facilidade da descida pode ser comparada com os prazeres temporários que tais comportamentos degradantes oferecem sejam estes dinheiro, fama ou outra coisa qualquer, a “fama mal ordenada” como disse o velho Camões em seu tempo e diria de certo se vivesse agora. No entanto, subir, serve perfeitamente para demonstrar o esforço de quem não se deixa render à destruição social da espécie humana, de quem luta para não cair no fundo. É um caminho difícil e cheio de obstáculos, os maiores deles são os que vão a descer e nos querem arrastar para o fundo com falsas promessas de prazeres fáceis.

Eu vejo essa degradação, eu sinto-me rodeado de gente que aspira a uma vida fácil. Por vezes penso estar louco pois parece que só eu é que vejo e me importo e observo os demais enquanto assistem com tamanha placidez e até chegam a participar. Por vezes duvido que haja quem veja a verdade desta forma. As pessoas têm uma atitude irritante e irresponsável, uma atitude do “deixa andar”, do “quero lá saber” e do “o problema é deles”. É mentira! O problema não é deles! O problema é de todos! É isto que eu quero que vejam e pensem, mas pensem com cabeça de pensar e não porque parece bonito dizer isto.


Ivocatii

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Teoria do colchão

Se há assunto que não saía dos jornais e das notícias na televisão há um tempo atrás, esse assunto era a crise financeira. Por alguma razão desconhecida a nós meros mortais mas conhecida pelos deuses e pelos economistas da bolsa, ocorreu uma descida acentuada do valor das acções. E claro que atingindo as grandes potências mundiais imediatamente se arrasta para os restantes países onde o Sr. e a Sra. Cidadão Comum não fazem a mínima ideia da magnitude daquilo que se está a passar.
E é então aí que eu apareço com a minha nova e revolucionária teoria da resolução de crises. A famosa “teoria do colchão”. É bastante simples e eu vou passar a explicar. O que é que as pessoas fazem quando há uma crise? Retiram o seu dinheirinho dos bancos. E onde vão essas pessoas pôr esse seu dinheirito? Vão pois recorrer á ancestral técnica de guardar dinheiro debaixo do colchão. Acompanhem o meu raciocínio por favor, com o aumento da quantidade de dinheiro a “precisar de colchão” vai então aumentar a procura de colchões. Logo as fábricas de colchões vão ter de produzir pois têm de vender mais. Mas como quem compra um colchão não esquece todos os restantes acessórios de cama como lençóis e cobertores, dando assim um grande “empurrão” a todo o sector têxtil. E como para se pôr uma cama é preciso um quarto e os quartos vêm dentro de coisas a que chamamos casas então também as imobiliárias terão mais procura. Com tudo isto as industrias como têm de produzir mais então necessitarão de mais empregados, aumentando o número de postos de trabalho e as condições de vida dessas pessoas. Quem não tem um colchão para guardar o dinheiro poderá comprá-lo pois com uma maior procura o preço por colchão baixará e quem já tinha colchão pode comprar um colchão melhor. E com colchões melhores será muito mais confortável dormir e ter relações sexuais, fazendo com que os trabalhadores possam ir para o trabalho mais alegres e satisfeitos, aumentando assim o seu rendimento e motivação. E todo o país entraria numa fase de desenvolvimento económico, tudo graças á minha teoria.
Mas como todas as moedas têm duas faces, também esta minha teoria tem o seu lado obscuro. Com o desenvolvimento económico as pessoas voltariam a depositar o dinheiro nos bancos e diminuiria a procura de colchões, mas como eram produzidos muitos colchões estes perderiam o valor e o que antes tinha sido uma bem cobiçado, o colchão, agora tropeçávamos nele pelas ruas. Como as fábricas de colchões não vendiam não teriam fundos para pagar os salários e muitos dos seus funcionários seriam despedidos e as fábricas iam á falência. O país voltaria a uma crise.
É verdade que a minha teoria acabava com esta crise mas podia gerar outra crise ainda maior.


Ivocatii

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Ensaio sobre a Estupidez

"Escreve no blog ou levas um enxerto de porrada evolutiva"

Ancestral Comum

Será a estupidez uma caracteristica evolutiva?

Jean-Baptiste de Lamarck diria que o ambiente criou no homem a necessidade de regredir, o que terá provocado um novo comportamento; a hipócrisia, o que terá levado a hipertrofia da glândula estupida (aquela que produz estupidez) que sabe-se que é uma característica apomórfica do ser humano já que não se encontra presente no ancestral comum, revelando assim que houve separação de um novo ramo Homo Sapiens Estupidus.
A Glândula Estúpida apresenta assim uma complexidade crescente. A partir de uma glândula ancestral simples desenvolveu-se uma cada vez mais complexa. - Série Filogenética Progressiva.

Podemos encontrar provas disso mesmo, e agora falemos de Darwin, não no ancestral comum (que já não existe embora me tenha aparecido em sonhos e me tenha delicadamente pedido para escrever este meu humilde texto sob pena de apanhar um enxerto de porrada evolutiva) - É no entanto pertinente sublinhar que o ancestral comum apresenta grandes semelhanças com o macaco Adriano do Big Show Sic!

Mas sim nos macacos, Pan troglodytes, em que esta glândula apresenta características vestigiais e não tem função evidente salvo raras mutações recessivas (que se verificam apenas em cativeiro) que dão origem a que estes animais arremecem urina contra os visitantes. É de notar que estes casos ocorrem apenas em maccaquinhos do sexo masculino e só quando já não há cascas de amendoim para arremeçar.

Nota: São factos científicos, não existe neste texto qualquer traço de feminismo evidente.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O Génio da Lâmpada (parte 3)

Indecisa sobre qual o desejo a pedir, já que era o ultimo desejo, a rapariga põe-se a pensar e o génio irritado com tanta demora na decisão resmunga e reclama. Ela sentada na sua poltrona automática com controlo remoto que comprou em saldos no IKEA e ele a espernear e a bracejar enquanto soltava ofensas e outros gases. Subitamente ela solta um suave grito feminino (aliás como seria de esperar, pelo menos a parte do ser feminino) e ele na expectativa de que ela se tivesse finalmente decidido sorri e faz uma cara de parvo como quem diz “É agora! É agora que ela vai dizer!” mas não disse, era apenas uma comichão. Horas se passaram e mais horas foram passadas e o génio cada vez com mais cólera e tão raivoso ele estava que dava para fazer um atentado terrorista só a base de raiva. Eram já por volta das 26:30 e já o Sol se tinha espetado contra a Lua no IP4 quando ela se vira para ele e diz: “Desejo ter-te! Apenas te desejo a ti meu génio!”. Nesse momento ao ouvir tais palavras toda a cólera do génio se dissipou e todos os gases intestinais cessaram. A rapariga tinha-se apaixonado pelo génio. Ela correu e saltou para os braços dele (sim, ele media mais 17cm que ela) e beijaram-se. Ele deixou de ser génio pois tinha cumprido a sua obrigação como tal e ficou a viver mais ela num apartamento T2 que pagaram às prestações. Ora por esta altura já o leitor(a) está a pensar “Epá, até que em fim que esta história terminou, já não era sem tempo!” mas pode vossemecê tirar o burrinho da chuva (porque isto em tempo de crise vai de cavalo para burro) pois esta história não acaba aqui.

Continua...


Ivocatii

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Reflexão - Será que existo?

Uma pergunta que ninguém faz mas no entanto é bastante comum: será que existo? É uma pergunta que ninguém faz pois todos sabemos que para ela não há resposta conclusiva mas é bastante comum porque todos a fazemos inconscientemente. Logicamente se faço esta pergunta é porque existo para a poder fazer, ou pelo menos o meu pensamento existe. Mas quem me garante que eu não sou apenas isso, um mero pensamento? E que todo o mundo não passa duma ilusão criada pelo meu pensamento e por uma das suas muitas artes, a imaginação? Devo desde já referir que quando me refiro ao mundo não estou a falar apenas do planeta Terra, como muita gente pensa que é isso o mundo, mas sim a tudo o que existe pois isso sim é que é o mundo (ou universo, como preferirem chamar). Nesse caso nada mais existiria além do meu pensamento e tudo o resto era fictício, a dor e o prazer seriam apenas fruto da minha imaginação, uma imaginação que eu próprio não conseguiria controlar. Admito que é bastante assustadora esta sensação de estar sozinho sem nada mais exista além da minha mente. Caso isso se verificasse todos os sentimentos seriam falsos pois não haveria ninguém para sentir o que quer que fosse por mim mas sim o que a minha imaginação me fazia crer que sentissem. Até eu próprio estaria a amar ou odiar pessoas que não existem. Mas estando ou não sozinho, existindo ou não o mundo, tenho de aprender a viver com este “mundo” que a minha imaginação me deu (ou então ela não me deu e é mesmo verdadeiro). Dá que pensar não acham?


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