sábado, 17 de abril de 2010

A ficção por detrás da História

Há uma coisa que eu não tenho e há outra que eu tenho. O que eu não tenho é algo de interessante para fazer, por isso escrevi este texto. E o que eu tenho é uma versão alternativa ao assassinato de Júlio César (e isto não foi inventado pelo Shakespear).

César ia na sua vidinha a entrar no Senado quando viu o seu amigo e “filho”, Brutus, a acenar juntamente com Cássio e o resto de seus amiguinhos. César acenou, fez um sorriso maroto, piscou o olho e mandou um beijinho (e nada mais adiantarei, o leitor que tire as suas próprias conclusões). Mas o que César não reparou foi que o chão de pedra tinha sido acabado de lavar. E quando Brutus e seus amigos, que estavam a comer queijo com as facas, se aproximaram de César para o saudarem pelo seu Triunfo, César escorregou no piso molhado e caiu sobre a faca de Cássio. O grupo inteiro ficou pasmado pelo que acabara de acontecer e ficaram inertes pelo choque pois eram pessoas muito sensíveis. César voltou a escorregar, desta vez no seu sangue, e caiu sobre a faca de um outro comedor de queijo. A situação repetiu-se mais de vinte vezes pois cada vez havia mais sangue no chão e mais escorregadio este ficava. O grupo continuava paralisado pelo choque (pois eram pessoas muito sensíveis) e com as facas viradas para a frente. Quando finalmente o ditador caiu ao chão depois de ter caído vinte e duas vezes sobre as facas de cortar queijo, Brutus aproximou-se para fazer RPA (Reanimação Pós-Apunhalado) mas esqueceu-se que ainda tinha a faca virada para a frente e ao pressionar o peito para reanimar César espetou sem querer a faca no coração do seu “pai”. César morreu mas antes disse «Et tu, Brutus?». Algumas mentes maldosas poderiam pensar que César estava a acusar Brutus de o ter assassinado mas existe uma explicação muito simples. Toda a gente sabia que César era um expert em queijos e ao ver que Brutus também já tinha aderido á moda dos queijos gregos de baixa qualidade ficou decepcionado e disse «Até tu, Brutus?». Se César tivesse vivido mais uns instantes teria completado a frase e dito «Até tu, Brutus, já comes dessa porcaria?»

Dado este trágico acidente, Brutus, Cássio e os demais resolveram fazer a única coisa que se pode fazer quando um chefe de estado cai em cima das nossas facas de cortar queijo: declararam César um Tirano. Brutus tinha muitas qualidades, mas escolher queijo e falar em público não estavam incluídas. Por isso, no funeral de César, o fervoroso discurso de Marco António com togas ensanguentadas convenceu melhor a população do que o simples «Ups!» de Brutus.


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