sexta-feira, 14 de maio de 2010

Papa-€uros

Para variar (e para variar mesmo) decidi desta vez abordar um assunto actual que se passou nestes últimos dias.
Quando soube que a visita de Joseph Ratzinger a Portugal seria paga pelo Estado português fiquei admirado como é que um país que se diz “constitucionalmente laico” pagaria a visita de um líder religioso. Mas tinha sido ignorância minha, pois não sabia eu que ele estava a ser recebido não como Papa da Igreja Católica Romana mas sim como Chefe de Estado do Vaticano. Apenas a título de curiosidade (e sem querer sugerir nada), o Vaticano é um Estado desde que o Tratado de Latrão foi assinado em 1929 entre o Papa Pio XI e o ditador italiano Benito Mussolini, id est o Vaticano é um país e Joseph Ratzinger um Chefe de Estado graças a Mussolini. Achei que o Papa vir mascarado de Chefe de Estado não passava de uma desculpa esfarrapada mas ainda assim não dei muito mais atenção ao assunto.
Foi então que no programa Sinais de Fogo apresentado por Miguel Sousa Tavares vi uma reportagem (que pode ser vista aqui ou aqui) sobre os custos da visita de Joseph Ratzinger e fiquei boquiaberto. Aqui está um resumo escrito das despesas papais (valores aproximados):

Altar da missa no Terreiro do Paço - €200 000
Cartazes, anúncios e merchadising - €220 000
Tolerância de ponto no sector público - €37 000 000
Tolerância de ponto no sector privado - €37 000 000
“Obras públicas” da Câmara Municipal de Ourém - €435 000
Aviões e helicópteros - €40 000 por hora
Hércules C-130 buscar o papa-móvel a Roma - €40 000

Total – mais de €75 000 000

Isto não inclui os efectivos da PSP, INEM, GNR e Marinha.
Ora com tanto dinheiro gasto pergunto: que utilidade tem a visita do Papa a Portugal? Nenhuma pelos vistos. Já para não falar de que quem não quer a visita do Papa, seja católico ou não, é obrigado a pagá-la.
Uma outra coisa que me indignou bastante foi a forma como o Presidente da República recebeu Joseph Ratzinger. Achei vergonhoso um Chefe de Estado, que representa um país e cuja obrigação é defender a Constituição e a Soberania nacional, rebaixar-se perante um líder religioso. Ups! Afinal é um Chefe de Estado estrangeiro, já me ia esquecendo, mas continua a ser ridículo.
Sugiro que, já que é moda pagar com dinheiro público as cerimónias religiosas de “Chefes de Estado” estrangeiros que fazem voluntariado como líderes religiosos, da próxima vez que o Presidente de Israel cá vier vamos todos celebrar a Hanukkah no Parque Eduardo VII ou quando o Primeiro-Ministro indiano nos visitar vamos todos despejar os mortos no Tejo (desde que seja com o dinheiro dos contribuintes).

Comentário: Achei bastante irónico a missa em Lisboa ter sido celebrada no Terreiro do Paço pois, como devem saber, era aí que no século XVIII se faziam os autos-de-fé.



Ivocatii

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Wikiirritante

Resolvi escrever esta [1] pequena [quotation needed] frase para [2] que [quotation needed] o leitor perceba [3] o quão irritante [quotation needed] é ler um [4] artigo [quotation needed] na Wikipédia.


Ivocatii