sábado, 21 de agosto de 2010

O Génio da Lâmpada (parte 18) Finale

Ao fim de muito, muito, mas mesmo muito tempo o Autor decidiu voltar a escrever uma parte desta história que maravilhou unidades de pessoas (queria dizer dezenas mas acho que não chegaram a dez pessoas) e que desde há uns meses nada se tem escrito sobre ela. O Autor anda entretido a tirar fotos à sede do PCP e a fazer compilações (ou compilaçam como diziam no século XVIII) de frases do dia-a-dia. Mas finalmente a história voltou e veio para ficar!

Não me recordo onde ia a história e como não me apetece ir ao arquivo do blogue ver em que pé ficámos no último episódio vou inventar os antecedentes para este episódio.

Tinham acabado de desembarcar do helicóptero mesmo no meio da floresta tropical do Vietname. Estávamos então em 1972 e tinha acabado de comprar o novo álbum dos Monkees desde que saíram da clínica de reabilitação…

Autor – ESPERA AÍ! NÃO ERA ASSIM QUE TINHAMOS FICADO.

Então como era?

Autor – ELES TINHAM IDO A QUALQUER SÍTIO PROCURAR NÃO SEI O QUÊ POR UM MOTIVO QUALQUER E TINHAM ACONTECIDO DETERMNADAS COISAS DAS QUAIS SORTIRAM DIVERSOS RESULTADOS E DELES RETIRARAM A SABEDORIA DE UMA NOVA EXPERIÊNCIA.

Com tudo isso não disseste nada, fiquei na mesma! Espera! Deixa-me tentar outra vez. Aqui vai.

Eles foram ao Jumbo de Almada procurar um barco porque queriam ir a Badajoz mas caíram num buraco que os levou a uma pista de karting (ou cártingue à tuga) e aprenderam que não se deve confiar em carecas.

Autor – EPÁ CALA-TE! ISSO NÃO FAZ SENTIDO NENHUM. O MELHOR É ACABARMOS COM ISTO.

Tens razão, acho também que isto é aquilo a que os anglófonos e portugueses com a mania que são estrangeiros chamam de pointless.

Autor – BEM, AGORA QUE ACABÁMOS PODIAMOS FALAR DE COMO FOI BOM TRABALHAR COMIGO.

Ai foi? Quer dizer, vendo bem já trabalhei com autores piores. O Hitler, por exemplo, sempre que narrava as traduções inglesas do Mein Kampf ele proibia-me de dizer as palavras "Jupiter” e “jewel”. Nunca percebi bem porquê, acho que tinha a ver com a sonoridade das palavras.

Autor – NÃO TINHAS UM PRIMO QUE TAMBÉM FAZIA NARRAÇÕES?

Sim, está a trabalhar numa revista cor-de-rosa. O meu irmão também tinha começado mas desistiu, agora é gestor de contabilidade numa multinacional.

Autor – EU SEMPRE INVEJEI OS NARRADORES, NÃO TÊM DE ANUNCIAR FALAS, ALIÁS, AS FALAS DELES SÃO O TEXTO, NÃO USAM TRAVESSÕES, FAZEM O QUEREM…

Aí é que enganas. Ser narrador é uma grande responsabilidade. Tens de anunciar quando alguém vai falar, tens de estar sempre a par dos acontecimentos, tens de fazer aquelas coisas irritantes que eu pessoalmente odeio que consistem em escrever algo do tipo “disse Fulano em tom de brincadeira” a seguir às falas. Não penses que é fácil. Tem a vantagem de escrever onde me apetece, fazer parágrafo quando me apetece, não usar travessões, etc. Por exemplo, eu se quiser posso interromper aqui ……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….. pôr estes pontinhos todos ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………… e só voltar a escrever aqui.

Autor – UAU! ISSO É FANTÁSTICO!

E há mais. Posso escrever frases com três espaços entre cada palavra.

Autor – ACHO QUE JÁ ESTÁS A ABUSAR.

Eu paro então, mas era só para veres o que um narrador pode fazer. Já agora, posso fazer-te uma pergunta pessoal?

Autor – SIM, DIZ LÁ.

Tu escreves sempre em Caps Lock porque queres ou é obrigatório os autores fazerem-no?

Autor – EU ESCREVO PORQUE QUERO. DÁ-ME UMA SENSAÇÃO DE DIVINDADE. AFINAL DE CONTAS EU SOU COMO UM DEUS PARA AS PERSONAGENS.

Tens complexos sexuais?

Autor – HÃ?!

Sim, se sentes alguma inferioridade a nível sexual e por isso tenhas de te engrandecer de outras formas. Tu podes estar a escrever em Caps Lock por achares que o tamanho das letras vai compensar o tamanho de… bem tu sabes.

Autor – DEVES TER A MANIA QUE ÉS O FREUD. ISTO NÃO TEM NADA A VER COM SEXO. NA REALIDADE É MAIS UM VÍCIO, ALGO QUE COMECEI A FAZER E QUE AGORA NÃO CONSIGO LARGAR. E COMO NÃO HÁ CLÍNICAS DE REABILITAÇÃO PARA VICIADOS EM ESCREVER COM MAIÚSCULAS…

Tenta.

Autor – NÃO CONSIGO. ESPERA, TENHO DE CONSEGUIR! TEEEEEeEeEEnHOo dE CONssssSsssssEGUIiiiIRRRR…. BAH DESISTO!

Conseguiste algumas minúsculas! Tens de procurar ajuda.

Bem, acho que chegámos ao fim.

Autor – AO FIM MESMO FIM OU APENAS AO FIM?

No que depende de mim chegámos ao fim dos fins.

Autor – AGORA NÃO DIZES O “CONTINUA…”.

Não, mas tenho de admitir que tenho algumas saudades do “Continua…”. Embora dê uma sensação de frustração, dá também uma pica para continuar a ler.

Autor – SENDO ASSIM QUE VAIS DIZER?

Mmmmmm…. Já sei! Podemos acabar?

Autor – FAZ AS HONRAS.

E assim a história do génio da lâmpada acabou. A Rapariga voltou para a sua terra natal, o Génio é agora um ditador sul-americano chamado Ramirez, o Mário e o Sandro viajaram para Tenerife, o Diogo ficou na floresta com os seus “dragões”, o Fritz voltou para a Alemanha e trabalha agora na salsicharia do tio, a personagem conveniente continua a aparecer convenientemente em anúncios, o Autor vai escrever outras coisas e o narrador narrar outras.

E não continua…


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