Eis as respostas que alguns filósofos gregos dariam à seguinte pergunta:
Porque é que a galinha atravessou a estrada?
Tales de Mileto
A galinha é feita de água e a água sempre está em movimento. Além disso, a galinha é um deus e os deuses movem-se livremente pelo mundo.
Anaximandro de Mileto
A galinha atravessou a estrada para se diferenciar do resto do Universo.
Heraclito de Éfeso (alguém que se suicidou enterrando-se em estrume)
Para haver grandes tem de haver pequenos. Para haver ricos tem de haver pobres. Logo, para que a galinha possa não atravessar a estrada, ela tem de a atravessar. O Universo rege-se através da eterna luta entre os contrários. Logo, a galinha tem de atravessar e não atravessar a estrada.
Parménides de Eleia
Não existe contrários. Existem as coisas e a ausência delas. Existe o «atravessar a estrada» e a ausência de «atravessar a estrada». No caso da galinha verificou-se o «atravessar a estrada».
Empédocles de Agrigento
O que atravessou a estrada não foi a galinha mas sim o eflúvio sensível à nossa visão que emana do corpo da galinha.
Zenão de Eleia
Para a galinha atravessar a estrada teria de percorrer um número infinito de pontos numa quantidade finita de tempo. Ora, é impossível percorrer infinito espaço num tempo finito. Logo, a galinha não atravessou a estrada e todo o movimento é ilusório. A galinha está e sempre estará no mesmo sítio.
Pitágoras de Samos (sim, o do teorema)
A galinha atravessou a estrada para purificar a sua alma através do esforço.
Demócrito de Abdera (um atomista)
A galinha atravessou porque cada uma das almas indivisíveis (átomos) que constituem o seu corpo se apaixonou pelo outro lado da estrada.
Sócrates (um irritador profissional)
Se eu nem sequer sei o que é «ser galinha» como queres que saiba as qualidades e capacidades da galinha?
Platão
O que atravessou a estrada foi a aparência da galinha. A essência da galinha, isto é, a «galinha em si» sempre esteve imóvel no mundo superior das Ideias.
Aristóteles (pessoa que passou o resto da vida a dizer mal do Platão)
O Platão está errado. A essência da galinha não está no mundo superior das Ideias mas sim aqui em baixo no nosso mundo. A «galinha em si», isto é, a galinha universal atravessa a estrada juntamente com a galinha particular.
Pessoa sensata
Não sei.
Ivocatii
O blog em que se fala de tudo... de tudo aquilo que não interessa nem ao menino Jesus. Quanto mais às pessoas ditas «normais», mas o que é uma pessoas normal? Será que existe uma espécie de média para calcular a normalidade de uma pessoa? Enfim, é disto que se fala aqui assuntos filosóficos tão...vocês sabem! Estupidez da pura, portanto (dizem uns). Isto promete!
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Cafeína
Se alguma vez tiverem curiosidade de saber o que é ter 70 anos antes de lá chegarem sugiro que tentem deixar de beber café durante 7 dias.
Nos últimos 5 dias andei mal humorada, a acreditar que já tinha vivido melhores dias, com dores de cabeça, sem energia, e a adormecer assim que me sentava mais de 10 segundos seguidos.
Como qualquer estudante que se prese eu já tinha olheiras, mas o início desta semana não foi fácil.
O meu corpo sentia a falta da cafeína. Adormecia-me e sentia os copos do Starbuks a dançar à minha volta.
Eu sentia-me um jogador do Sporting, parado no campo do futebol, a ver os outros jogadores a mexerem-se à velocidade normal dos seres humanos.
A falta de café acrescentou-me anos ao BI. Tirou-me o gasóleo e pôs-me a andar em ponto morto para não ir a baixo.
Eu aguentei 5 dias, quantos é que tu aguentas?
Nos últimos 5 dias andei mal humorada, a acreditar que já tinha vivido melhores dias, com dores de cabeça, sem energia, e a adormecer assim que me sentava mais de 10 segundos seguidos.
Como qualquer estudante que se prese eu já tinha olheiras, mas o início desta semana não foi fácil.
O meu corpo sentia a falta da cafeína. Adormecia-me e sentia os copos do Starbuks a dançar à minha volta.
Eu sentia-me um jogador do Sporting, parado no campo do futebol, a ver os outros jogadores a mexerem-se à velocidade normal dos seres humanos.
A falta de café acrescentou-me anos ao BI. Tirou-me o gasóleo e pôs-me a andar em ponto morto para não ir a baixo.
Eu aguentei 5 dias, quantos é que tu aguentas?
domingo, 23 de janeiro de 2011
Como parecer um filósofo em 9 lições
Para todos aqueles que querem mas não conseguem ser filósofos, aqui está uma pequena sugestão de como podem cumprir parte do vosso objectivo.
"A filosofia não consiste em saber e não é a verdade que a inspira, mas sim categorias como Interessante, Notável ou Importante que decidem sobre o seu sucesso ou fracasso."
Gilles Deleuze in O que é a Filosofia?
1ª Lição – Indumentária
Usar uma camisola de malha daquelas que picam e que, como forma de protesto, não é lavada desde que Portugal entrou na C.E.E.. Convém estar amarrotada e ligeiramente suja. No Inverno a gabardine é opcional.
2ª Lição – Utensílios I
Usar um cachimbo, o qual deve também ser usado para apontar.
3ª Lição – Posição
Nunca se sente de costas direitas. Incline-se na cadeira para dar um ar descontraído e cruze a perna.
4ª Lição – Utensílios II
Faça-se sempre acompanhar dum bloco de notas ou de uma folha de papel e de uma caneta. Use-os para escrever enquanto se encontra a cumprir a lição anterior.
5ª Lição – Habitat e Bebida
Procure ir para cafés ou bares rascas. Beba café ou chá durante a tarde. À noite evite beber coisas como sumo ou água. Em vez disso, beba coisas saudáveis como absinto, aguardente ou whisky.
6ª Lição – Alimentação
Não tenha cuidado com a alimentação. Afinal de contas, isso da alimentação saudável é coisa de meros mortais. Você no seu estado de transcendência já não precisa de se preocupar.
7ª Lição – Disposição e Comunicação
Tenha um olhar deprimido e nunca concorde inteiramente com nada do que lhe dizem. Não dê respostas concretas e procure confundir ou outros com respostas ambíguas.
8ª Lição – Actividade
Não tenha medo de escrever. Escreva muito, escreva até mais não. Escreva sobre tudo. Lembre-se: o filósofo nunca mente, apenas apresenta verdades alternativas.
9ª Lição – Referências
Em conversas aproveite sempre para citar nomes famosos da filosofia tais como Hume, Locke, Descartes, Kant, Hegel, Marx, Nietzsche, etc..
Ivocatii
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Desanotadas #1
Anatomia
Alguns chamam-lhe um cânone da Divina Proporção.
Só deixar escrito que a Proporção Áurea e a harmonia das formas é, na minha opinião, a maior das tretas.
Por favor, Srs. Artistas, dediquem-se à pesca.
Cats
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Andar, simplesmente andar
(Também publicado em http://oramonacara.wordpress.com/2011/01/20/andar-simplesmente-andar/).
Andar, o simples acto de andar. As pernas que usamos para impulsionar o nosso corpo representam a propulsão que fazemos do Passado para o Presente. O nosso pé assenta e pressiona as memórias – as memórias de ter estado – nas quais nos apoiamos para ter consistência enquanto seres presentes. As mãos que arremessamos para a frente representam a projecção que fazemos do Presente para o Futuro sob a forma de expectativa – a expectativa de vir a estar. Ao pressionar com o pé, digo para mim mesmo “Eu estive ali”, ao lançar a minha mão, digo para mim mesmo “Eu estarei ali”. Ao mesmo tempo que me propulsiono no Passado, estou a projectar-me no Futuro. Se o Passado e o Futuro têm de coexistir enquanto memória e expectativa, propulsão e projecção, então o que é o Tempo? A meu ver há duas respostas possíveis:
O Tempo é exclusivamente o Presente, com o Passado existindo no Presente sob o formato de memória e com o Futuro também existindo no Presente enquanto expectativa. Assim sendo, a existência necessita que três Seres existam simultaneamente e pacificamente: o Ser que lembra, o Ser que existe e o Ser que expecta. Desta forma, aquilo que existe no Presente existe igualmente no Passado e no Futuro. Cada um de nós é a reunião desses três Seres: o que esteve, o que está e o que estará.
O Tempo é o Passado e o Futuro. O Presente não é mais do que o conjunto destes dois tempos. O Presente é a constante guerra entre a memória e a expectativa, entre o Passado e o Futuro. Ao propulsionar-me luto para expectar, ao expectar luto para propulsionar-me. A existência é portanto bipartida – uma parte sua é concebida e realizada no Passado, a outra é concebida e realizada no Futuro. Nós somos, ao mesmo tempo, Passado e Futuro, memória e expectativa.
Ivocatii
Andar, o simples acto de andar. As pernas que usamos para impulsionar o nosso corpo representam a propulsão que fazemos do Passado para o Presente. O nosso pé assenta e pressiona as memórias – as memórias de ter estado – nas quais nos apoiamos para ter consistência enquanto seres presentes. As mãos que arremessamos para a frente representam a projecção que fazemos do Presente para o Futuro sob a forma de expectativa – a expectativa de vir a estar. Ao pressionar com o pé, digo para mim mesmo “Eu estive ali”, ao lançar a minha mão, digo para mim mesmo “Eu estarei ali”. Ao mesmo tempo que me propulsiono no Passado, estou a projectar-me no Futuro. Se o Passado e o Futuro têm de coexistir enquanto memória e expectativa, propulsão e projecção, então o que é o Tempo? A meu ver há duas respostas possíveis:
O Tempo é exclusivamente o Presente, com o Passado existindo no Presente sob o formato de memória e com o Futuro também existindo no Presente enquanto expectativa. Assim sendo, a existência necessita que três Seres existam simultaneamente e pacificamente: o Ser que lembra, o Ser que existe e o Ser que expecta. Desta forma, aquilo que existe no Presente existe igualmente no Passado e no Futuro. Cada um de nós é a reunião desses três Seres: o que esteve, o que está e o que estará.
O Tempo é o Passado e o Futuro. O Presente não é mais do que o conjunto destes dois tempos. O Presente é a constante guerra entre a memória e a expectativa, entre o Passado e o Futuro. Ao propulsionar-me luto para expectar, ao expectar luto para propulsionar-me. A existência é portanto bipartida – uma parte sua é concebida e realizada no Passado, a outra é concebida e realizada no Futuro. Nós somos, ao mesmo tempo, Passado e Futuro, memória e expectativa.
Ivocatii
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Ninguém Disse Que Ia Ser Fácil
(Mas fogo! Bem que podiam facilitar um bocadinho)
Antes de mais desejo a todos um fantástico ano.
Que, na pior das hipóteses, 2011 seja exactamente igual a 2010 mas sem a visita do Papa e do Obahma, para cortarem a porcaria do trânsito todo.
E sabem que mais?
Espero sinceramente que neste novo ano, não tenham tudo aquilo que sempre desejaram, porque se tiverem vão ficar mimados e ninguém vos vai conseguir aturar assim.
Cá por mim, consegui cerca de metade daquilo a que me propuz (mas cheira-me que foi a metade mais útil).
Entrei no curso que queria. (mas agora estou a braços com a Oral de Anatomia, com a qual tenho pesadelos diários. Dou por mim a desejar que os dias tenham 25 horas para poder estudar um bocadinho mais.)
Tirei a carta! Por isso toca a ficar em casa, para vossa própria segurança porque o IMTT formou um Perigo Rodoviário.
Se ultrapassar esta fase prometo (e desta vez prometo cumprir a promessa) de voltar a escrever)
Um Bem Haja!
Cats
Antes de mais desejo a todos um fantástico ano.
Que, na pior das hipóteses, 2011 seja exactamente igual a 2010 mas sem a visita do Papa e do Obahma, para cortarem a porcaria do trânsito todo.
E sabem que mais?
Espero sinceramente que neste novo ano, não tenham tudo aquilo que sempre desejaram, porque se tiverem vão ficar mimados e ninguém vos vai conseguir aturar assim.
Cá por mim, consegui cerca de metade daquilo a que me propuz (mas cheira-me que foi a metade mais útil).
Entrei no curso que queria. (mas agora estou a braços com a Oral de Anatomia, com a qual tenho pesadelos diários. Dou por mim a desejar que os dias tenham 25 horas para poder estudar um bocadinho mais.)
Tirei a carta! Por isso toca a ficar em casa, para vossa própria segurança porque o IMTT formou um Perigo Rodoviário.
Se ultrapassar esta fase prometo (e desta vez prometo cumprir a promessa) de voltar a escrever)
Um Bem Haja!
Cats
Subscrever:
Mensagens (Atom)