Com o temor de que este género de publicação seja demasiado ad puellam, decidi, ainda assim, ‘postar’ isto tendo em conta a inactividade deste blogue e o meu desejo de que tal não perdure. Na ausência de um tema de maior importância ou interesse (acima de tudo, interesse), decidi falar acerca dum indivíduo que não é nem prestigiado nem conceituado em meio algum, id est, decidi falar de mim.
Devo de admitir que este ano lectivo que passou foi o melhor de toda a minha curta vida. Finalmente estudo algo que gosto, ao invés do secundário onde tive cadeiras (peço desculpa, disciplinas) que não me agradavam muito, como foi o caso de Biologia (se a minha professora estiver a ler isto, rogo que me perdoe) onde tinha de estudar coisas que me fazem lembrar aqueles frutos secos que se comem no Natal, só que sem o mesmo sabor. Apesar de ter feito algumas escolhas erradas (ou menos acertadas), não me arrependo porque talvez se tivesse escolhido aquilo que agora acho que seria o melhor, muito provavelmente estaria a pensar “talvez tivesse sido melhor escolher a outra coisa”. Pelo menos essas escolhas serviram para melhor me conhecer. Como diz Agostinho da Silva: tudo o que de mal me acontece serve para me ajudar. O importante é que agora estou no caminho que melhor se adapta aos meus pés. Consegui terminar o ano com média de 17 valores (mais do que projectava) e, se tudo correr bem, em 2012 terei a minha primeira publicação numa revista académica, o que me deixou muito feliz. Embora seja apenas uma recensão dum evento, para mim é algo muito bom, tendo em conta que a minha única publicação em papel anterior a isso foi um texto sobre …amor… (estava naquela idade estúpida) no jornal do Seixal. Felizmente não surgiu o meu nome, o que me poupa de todo o processo de vergonha e humilhação.
Tive uma boa experiência no curso onde estou, quer com colegas quer com professores. Consegui dar, com sucesso, explicações de Lógica durante o 1º semestre a uns colegas meus que tiveram a amabilidade de me aturar e de me pagar alguns almoços na cantina velha. No 2º, desenvolvi, pela primeira vez na minha vida, um trabalho sobre Camões (o meu ídolo, se é lícito idolatrar alguém), no qual empreendi uma análise simbólica de toda (!) a obra Os Lusíadas, procurando dar a entender ao leitor, primeiro, que a Viagem dos portugueses pode, simbolicamente, descrever a Viagem do Homem e o Mito da Queda, segundo, que as relações entre os elementos do plano fantástico-literário continuam a fazer sentido quando trasladadas para o plano simbólico-metafísico (o que certamente interessa ao presente leitor deste ‘post’). Finalmente, aproveitei as férias de Verão para fazer um curso livre de Introdução ao Latim. E não esquecendo a minha barba que atingiu a sua maior dimensão de sempre durante este ano até que o maléfico Verão me forçou a mutilá-la: rios de lágrimas e tufos de pêlos correram pelo lavatório e depois pela sanita quando aquele entupiu.
E foi este o meu maravilhoso ano. Caso o leitor não sinta interesse no que acabei de escrever, pode sempre olhar para a minha fotografia de infância (certamente que será muito mais fascinante):
Ivocatii