sexta-feira, 31 de julho de 2009

Polícia dos Bons Costumes

Em países democráticos onde prolifera a liberdade de expressão, tal como o Irão, os governantes resolveram criar uma força policial denominada de Polícia dos Bons Costumes. A principal função desta nobre organização é erradicar dos espaços públicos toda e qualquer ameaça de DPA (Demonstração Pública de Afecto). E como é óbvio as pessoas temem pela sua liberdade (se é que se pode chamar liberdade) e optam por “não trazer o quarto para a rua”. Isto é em países como o Irão onde quem rouba fica sem a mão. Mas como seria em Portugal onde quem rouba vai para vereador da Câmara? Como seria o Código Penal dos Bons Costumes? Em vez do teste do álcool haveria o teste dos princípios morais onde teríamos de soprar num balão que indicaria o nosso nível de imoralidade no sangue? Imagino então o seguinte diálogo:

Polícia – Ora mostre-me os seus documentos… hmm está tudo em ordem. Queria informar o senhor que o radar lá atrás detectou o seu veículo a 150 km/h.
Cidadão – Epá shor guarda realmente excedi o limite de velocidade.
Polícia – Meu amigo, não me interessa se excedeu o limite de velocidade. O que me interessa foi que o radar detectou o senhor a beijar a sua namorada, é que estes novos radares são sensíveis à saliva.

Estou também a imaginar os subornos.

Cidadão – É assim senhor polícia: eu dou-lhe estas notas verdinhas e o senhor não viu eu beijar a minha namorada, ok? Até porque não é namorada, é noiva. Vamos casar… daqui a vinte anos.

E como seria a imoralidade vista em comparação com outros crimes?

Polícia – Mostre o que tem dentro desse saco.
Cidadão – É droga shor guarda, é droga.
Polícia – Hmm droga? Não acredito. Mostre lá! Literatura estrangeira! O senhor vai ter de ser preso por posse de literatura estrangeira. Dar droga aos jovens ainda é como o outro mas agora andar por aí a espalhar ideias revolucionárias à nossa juventude! Nem pensar!
Cidadão – Mas isso foi um livro que achei. Até o uso para esconder Haxixe.
Polícia – Haxixe?! Isto cheira é a Nietzsche!

Outras questões me surgem tais como: haveria algum limite de tempo para os abraços? Nos parques públicos ao lado do sinal “Não pisar a relva” estaria o sinal “Não beijar na relva”? Deixo a continuação deste tema à imaginação do leitor.


Ivocatii

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Saúde e (pa)Ciência

Qual o pior sítio para se estar na manhã de um dia de semana? Num centro de saúde! Os conflitos entre a Índia e o Paquistão no Bangladesh não são nada comparados com a sala de espera onde multidões aguardam serem chamados por um altifalante que mal se ouve no meio de crianças inquietas e mães iradas. Isto testemunhei eu em primeira pessoa quando fui ao Centro de Saúde da Amora para a médica preencher o atestado médico para iniciar as aulas de Código.

Comecei por tirar uma senha para a marcação de consulta e confesso que até foi mais rápido do que pensei mas depois quando fui para o outro lado do corredor esperar pela chamada é que tudo começou. Dizem os sábios e os que julgam saber que o tempo médio de concentração de um humano adulto é de cerca de 20 minutos. Mas na sala de espera do Centro excede-se os limites humanos pois tenho de estar 100% concentrado durante várias horas para ouvir a chamada que mais parece que estão a contar um segredo do que a chamar alguém. Depois há aquelas mães que levam os cinco filhos apesar de apenas um estar doente e os outros ficam por ali a correr e a gritar. Há também aquelas mulheres com filhos ainda pequenos que choram até ficar sem ar nos pulmões. Deve ser genético pois muitas vezes os gritos da mãe com as enfermeiras e auxiliares são facilmente confundidos com os berros do petiz. Já para não falar nas pessoas que tentam passar à frente dos outros mas que na eventualidade da sua tentativa falhar começam a reclamar para si próprios e a dizer mal do sistema que eles tentaram corromper, tudo em voz alta para todos ouvirem. Ah já me ia esquecendo do velhinho que já passou por mim cinco vezes a perguntar a mesma coisa e que fica ali a contar-me a história da vida dele como se naquele momento o que mais me interessava era o facto de ele ter feito a tropa em Angola.

Ao fim de duas horas e no meio de miúdos a correr, bebés a chorar, mães iradas aos gritos, usurpadores de lugares na fila, velhinhos nostálgicos e com falta de memória fui finalmente chamado, não pelo altifalante mas pela médica que veio ao corredor chamar-me.



Ivocatii

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Benfica, uma Crónica dos Costumes

Algo de inacreditável tem acontecido nos últimos tempos, os Estados Unidos pararam de se meter na política interna de países com maior poderio militar que eles? (Naa, isso seria pedir demais.)
Não adivinham mesmo? Pois bem, o Benfica anda a ganhar um ou dois jogos!! (surpreendam-se) Depois de quatro resultados aceitáveis, uma taça do Guadiana e, por incrível que pareça, sem que Pedro Mantorras tenha sofrido uma lesão grave que o impeça de jogar o resto do ano desportivo - coisa que não acontecia desde o tempo em que Mário Jardel sabia jogar futebol. (nunca!).

O Benfica parece estar finalmente naquilo a que se chama uma maré de sorte, o que anda a deixar os seus adeptos terrivelmente assustados, confusos e crentes em magia negra.

Não sei o que se passa. Se fossem só empates, tudo bem, estávamos no mesmo caminho do ano passado, mas andamos a ganhar jogos! A marcar golos!”, afirma um adepto que jurou ter assistido ao Benfica – Olhanense de olhos abertos, virado para o jogo e com a camisola vestida.

Pouco habituados a dizer bem da sua equipa e muito menos do seu treinador, os adeptos da equipa encarnada começam agora a duvidar que o Benfica seja mesmo a sua equipa.

Eu só sei que este é o mesmo Benfica por causa dos guarda-redes, esses estão na mesma. Continuam autênticos frangos, continuou o mesmo adepto.

Respirando fundo e abrindo de seguida o seu coração, concluiu:
“Não sei o que dizer, não sei o que fazer, não sei quem insultar. O que é que as equipas que têm treinadores competentes fazem? A nação benfiquista não está preparada para isto. O que mais me assusta… é termos a hipótese de sermos campeões.”

Agora deixo-vos uma relflexão... Será que esta onde de sorte que atingiu a Catedral da Passarada veio da ficar? Eu como Sportinguista convicta respondo... Evidentemente que não.

Logo, a Companhia de Seguros do Futuro

O prometido é de vidro.
Logo, facilmente quebrável.
Logo, contra todas as espectativas, volto para mal dos pecados de muita gente, (principalmente dos seguidores da saga do Génio da Lâmpada) Estou de volta e em força.
E Logo é uma companhia de seguros que faz seguros online em 5 minutos e que rege a sua actividade de acordo com os seguintes valores:

  1. Simplicidade, eliminando todas as burocracias e papeis desnecessários, tornando a compra do seguro mais fácil; (fazendo uma ligação directa à sua conta bancária para lhe estorquir dinheiro)
  2. Eficiência, reduzindo os desperdícios, tirando partido da simplicidade, para oferecer o melhor preço ao cliente; (fazem seguros em papel higiénico para que possamos reutilizar)
  3. Transparência, falando uma linguagem que todos compreendem, sendo claros no que dizem; (LOL, deve ser deve)
  4. Eficácia, orientando a sua acção para o objectivo, para que tudo seja mais rápido. (Neste país terá o seu seguro no dia 31 de Fevereiro, pelas 25 horas)

E aqui fica o espaço publicitário da semana.

domingo, 12 de julho de 2009

O Génio da Lâmpada (parte 15)

Passaram vários dias desde que os dois partiram em busca do Génio. Tinham conhecido vários automobilistas com grande expressividade. Conheceram também uma personagem conveniente daquelas que aparecem nos anúncios dos detergentes e que lhes indicou o caminho para Argatio. Seguiram então por todas as localidades indicadas até chegarem a uma zona de mato.

Mário – Olha um pinheiro! Olha outro pinheiro! Ena tantos pinheiros!
Sandro – Mmm… estamos perdidos…
Mário – Nada disso! Aquela senhora muito simpática disse que bastava seguir os pinheiros que íamos lá ter. O problema é saber qual dos milhares de pinheiros à nossa volta é que devemos seguir.

Continuaram perdidos até irem dar a uma pedreira abandonada.

Mário – Olha uma pedra! Olha outra pedra! Ena tantas pedras!
Sandro – Mmm… monótono…
Mário – Não te preocupes, ali à frente já há mais pinheiros.

Mário seguia caminho com um sorriso na cara, parecia que ver pedras e pinheiros era a coisa mais divertida que lhe tinha acontecido. De repente ao entrarem na seguinte zona de mato ouviram passos atrás dos arbustos.

Mário – Ai que medo! Deve ser algum bandido!

Sandro nem expressou a mínima palavra. Os dois personagens estavam a tremer de medo do que ou de quem pudesse estar atrás daqueles arbustos.

Mário – Saí já daí bandido! Olha que estou armado!
Sandro – Mmm… com uma cenoura…
Mário – Fica tu sabendo que esta cenoura é veterana da Segunda Guerra Mundial.
Sandro – Mmm… compraste no supermercado…
Mário – Ah pois… bem não interessa! Olha que dou cabo de ti com esta cenoura, ó bandido!

Uma voz veio de trás dos arbustos.

??? – Quem se atreve a entrar no meu território?
Mário – Sai daí se és homem, e se fores mulher também.
??? – Pois então eu mostro-vos o meu poder.

Subitamente ouve-se um miar de gatos e um vulto salta de trás do arbusto tapando a cara com a capa que trazia às costas. O vulto aterra no chão e aleija-se no tornozelo.

??? – Que raiva! Tenho de treinar estas entradas.

Aquele indivíduo ergue-se e destapa a cara. Está vestido com umas calças de fato-de-treino e uns boxers por cima das calças. Veste também uma camisola de alças vermelha com a letra D e uma máscara tapa-lhe os olhos e o nariz. Atrás dele vêm mais de vinte gatos a miar. O indivíduo desvia a gadelha que lhe tapa os olhos e põe as mãos na cintura assumindo uma pose altiva.

Mário – Hahahaha olha o Capitão América!

Mário e Sandro riam-se enquanto uma expressão de raiva percorria a cara da misteriosa personagem.

??? – EU NÃO SOU O CAPITÃO AMÉRICA!!!!!
Autor – OLHA QUE SÓ EU É QUE TENHO O DIREITO DE FALAR EM CAPS LOCK!

??? – Cala-te Autor! Eu não sou o Capitão América, eu sou o…

Continua...
Muhahahah


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