terça-feira, 28 de abril de 2009

O Génio da Lâmpada (parte 10)

Depois de um emocionante combate (uma esferográfica no olho de um travesti) nada melhor que um descanso bem merecido para recuperar forças que, mesmo dando apenas apoio moral, os três tinham gasto. Mas isso seria se houvesse tempo e paciência da parte do Génio, o que não havia e por isso tiveram que deixar o descanso para depois.

Génio – Temos de avançar com cuidado porque eles são trinta e nós somos três.
Mário – Isso dá vinte para cada um.
Sandro – Mmm… não… mmm… dá cinco.
Génio – Deixa cá fazer as contas… ora um e um são dois… e vão três… isso dá… ehhh… dez a cada um… acho eu. Epá não interessa! São muitos e temos de ter cuidado.

Depois de elaborados e complexos cálculos matemáticos chegaram à conclusão que deviam estar com mais atenção nas aulas e também que tinham de ter cuidado, ainda mais tratando-se de mercenários. Devagar como quem não quer ir ao longe abriram a porta que dava para a última sala deste edifício e onde estava a rapariga. Entraram pé ante pé com medo dos mercenários e qual não é o espanto quando se depararam com algo inesperado.

Génio – Não acredito nisto!
Mário – Estou tão estupefacto que até uso palavras com mais de três sílabas.

Sandro estava igualmente espantado e boquiaberto com o que via mas não proferiu nenhuma palavra, aliás como de costume.

Rapariga – Estava a ver que nunca mais chegavam!

A rapariga encontrava-se deitada sobre uma espreguiçadeira a beber um refrigerante enquanto vigiava uma pilha de corpos, á volta de trinta, que eram nada mais nada menos que o famoso exército privado do raptor.

Génio – Mataste-os?
Rapariga – Claro que não, isto pode ser lido por crianças. Apenas os fiz ver que os meus “argumentos” estavam certos.
Génio – Haha pelos vistos ficaram convencidos pela tua “argumentação”.
Rapariga – Cala-te e abraça-me que já sinto a tua falta.

Os dois abraçaram-se no meio daquela confusão toda.

Mário – Bah! Agora o ambiente ficou pior do que quando havia os vinte mercenários.
Sandro – Mmm… trinta…
Mário – Ou isso, ambos são múltiplos de quarenta.


No meio de tanta bagunça e dislexia numérica o Génio continuava abraçado à Rapariga e aos beijos porque eram muitas as saudades, tanto da parte dele como dela.

Acabou a história...
A sério!
Ok estou a brincar, isso queria o leitor!
Para bem dos seus males continua...


Ivocatii

domingo, 26 de abril de 2009

O Génio da Lâmpada (parte 9)

Avançaram para o compartimento seguinte e aconteceram inúmeras coisas que não me apetece referir até porque quero ver se despacho esta história do rapto. Quando chegaram ao último andar repararam novamente que era dividido em duas metades e na que eles entraram estava tudo escuro embora se visse uma fresta de luz por baixo da porta que dava para o resto do compartimento. De repente as luzes acenderam-se e apareceu um… eh… vá lá… homem… acho eu… que usava roupas de mulher incluindo umas meias de senhora na cabeça. De tão perspicaz e inteligente que o Génio era, reparou logo que era o homem que tinha raptado a rapariga. O homem misterioso começou a andar a volta deles os três que mantinham umas caras de estupefacção e de abstracção no caso do Mário que já só pensava em ir almoçar.

Homem misterioso – Muhahahahahaha! (riso maléfico) Eu, Fritz Graaf Iveenstein, o maior raptor de pessoas deste bairro, não vos deixarei passar!
Génio – Com esse nome deves ser alemão ou chinamarquês ou lá do Kosovo.
Fritz – Por acaso sou português, venho do Bombarral e chamo-me Francisco. Mas chamem-me Fritz porque é esse o meu nick no hi5.
Génio – Está bem. Então Fritz deixa-me passar para salvar a rapariga.
Fritz – Nem penses! Não passarão por mim!
Mário – Vamos ser civilizados… e andar à mocada a este gajo.

Entretanto apareceram mais dois indivíduos para servirem de guarda-costas ao raptor Fritz.

Génio – Ui! Agora é que aqueceu o ambiente.
Mário – Lembrei-me que tinha um compromisso marcado, bem vou andando.
Génio – Não vais a lado nenhum. Ficas aqui que juntos venceremos.
Fritz – Mesmo que numa remota hipótese me venças não salvarás a rapariga. Ordenei que trinta dos meus melhores mercenários sedentos de sangue tratassem dela muhahahahah!
Génio – O quê?! Como te atreves?! Vais pagar!!!!!!! Ao ataque!
Mário – Lasanha no forno!!!!!!!
Sandro – Mmm… pudim…!!!!!!

E num surto de raiva o Génio agarra uma esferográfica que estava em cima de uma mesa e arremessa-se contra os dois brutamontes, seguidamente salta em direcção ao Fritz e espeta-lhe a esferográfica no olho.

Fritz – Ai os meus collants de nylon!!!!!
Guarda-costas 1 & 2 – Ai os collants de nylon dele!!!!!!

Fritz fugiu e os guarda-costas seguiram-no tão ou mais assustados que ele.

Génio – Não te disse que juntos venceríamos? Bem foi mais a esferográfica, embora tivesse sido mais difícil sem o vosso apoio moral.

Por mais que me espante continua...


Ivocatii

domingo, 19 de abril de 2009

Impostos: sustentar chulos ou financiar burlões?

Uma das coisas que o Sr. Cidadão Comum (cidadão de nome e comum de família) diz assim que houve falar em impostos é “andamos aqui a bulir para andar a dar de comer aí a essa gente que vem lá do raio que os parta e que não quer fazer nenhum e parecem coelhos a fazerem filhos, é às ninhadas”. O grande problema para as pessoas é tirarem-lhes dinheiro do ordenado para pagar abonos de família a famílias numerosas consequentemente baixando os abonos das famílias com menos filhos. Parecendo inicialmente justo pois quem tem mais filhos tem mais despesas, acabou-se por gerar injustiças porque algumas famílias com mais filhos dedicando-se maioritariamente ao comércio “abdicou” de declarar os lucros ao fisco para que os abonos fossem aumentados. E como o dinheiro não nasce nas árvores (se nascesse perdia o valor) então para esses abonos serem aumentados outros terão de baixar, e baixaram os abonos das famílias com um ou dois filhos para as quais a vida é mais complicada cada dia que passa. Fora de fobias, isto acontece muitas das vezes em famílias de imigrantes embora também haja casos assim em famílias “portuguesas”. Isto está mal. É injusto sustentarmos literalmente os filhos de gente que foge aos impostos ou que não quer trabalhar. Mas não será ainda mais injusto que milionários burlões usem o dinheiro dos nossos impostos para andarem metidos em offshores em Andorra e nas Bahamas ou noutros paraísos fiscais? Esses claro que ninguém fala, pois estão demasiado longe do alcance do cidadão e além disso andam bem vestidos logo não podem ser ladrões. E caso sejam descobertos podem comprar a Justiça (quando esta está em saldos) ou optam por passar uma “férias” no Brasil e ninguém se lembra mais. Qual é mais injusto? Pagar impostos para sustentar comerciantes que não declaram ao fisco para receberem mais em abonos e subsídios ou alimentar os investimentos de empresários corruptos? Ambos injustos mas ambos uma realidade.


Ivocatii

quinta-feira, 16 de abril de 2009

O Génio da Lâmpada (parte 8)

Três marmanjos num buraco e tudo graças ao marmanjo Mário que pisou o raio do quadrado do pavimento saliente. Como eram civilizados e educados optaram por fazer o mais racional e começaram a espancar o Mário na esperança de que isso resolvesse o problema. Chegaram à conclusão que assim não iam a lado nenhum e puseram-se a pensar, a pensar, a pensar… Até que o Mário teve uma ideia.

Mário – Já sei! Usamos as potions que comprei na guild e fazemos full restore. Depois usamos a espher para invocar um grif raider que nos leva daqui para cima.
Génio – Mário isto não é o Final Fantasy. Isto é a vida real e não um RPG.
Mário – Por acaso não é vida real, é uma história parva escrita num blogue qualquer.
Génio – Não interessa, não é um RPG… espera ai! Deste-me uma óptima ideia!
Mário – Ai dei?
Génio – Deste pois! Se isto é uma história escrita então tem um autor. Logo se pedirmos com jeitinho ele pode reescrever a história para nos safar desta.

E assim viraram-se todos para cima e pediram com jeitinho.

Génio – Venerável autor da história, podes vir até nós?

E de repente o céu ficou negro, um raio caiu mesmo ao pé da entrada do buraco e uma luz apareceu de onde saiu uma voz grave e tenebrosa.

Autor – QUE QUEREM DE MIM?
Génio – Podias reescrever a história para nos salvar deste sarilho?
Sandro Mmmm… por favor…
Mário – E desculpa lá aquilo de há pouco.
Autor – EU REESCREVEREI A HISTÓRIA MAS COM UMA CONDIÇÃO. TU, GÉNIO, APÓS SALVARES A RAPARIGA TERÁS DE VOLTAR A SER PRISIONEIRO DA LÂMPADA E TERÁS DE REALIZAR TRÊS DESEJOS PARA SERES LIVRE NOVAMENTE.
Génio – Mas isso não faz sentido, o que tem uma coisa a ver com a outra?
AutorATREVES-TE A QUESTIONAR-ME?! A MIM O TEU CRIADOR?!ALÉM DISSO PRECISO DE MATÉRIA PARA ESCREVER.
Génio – Está bem, eu aceito os termos. Por ela sou capaz de tudo.
Autor – ASSIM SEJA!

E assim o autor desapareceu por entre uma nuvem de fumo. As luzes apagaram-se e os três personagens estavam de volta à sala onde tinha caído e o chão estava intacto. O Mário reparou novamente no quadrado do pavimento saliente e sentiu-se tentado a pisar mas o Génio atirou-lhe com uma coisa dura à cabeça.

MárioAu! Porque fizeste isso?

O olhar que o Génio lhe fez respondeu à pergunta.

Génio – Vamos! Temos de a salvar.

Como seria de esperar, continua...


Ivocatii

terça-feira, 14 de abril de 2009

O Génio da Lâmpada (parte 7)

Antes de avançarem para o interior do edifício antigo os três entreolharam-se e como que lendo as mentes uns dos outros disseram em uníssono “Vamos!”. E assim foram. A entrada era um portão de chapa que se abria deslizando lateralmente. Entraram e depararam-se com uma confusão de caixas vazias e vigas de ferro caídas pelo chão. Havia também teias de aranha pelos cantos o que fez Sandro tremer de medo ao imaginar que alguma aranha pudesse saltar-lhe para cima e matá-lo de susto. No final da divisão estava uma escada que dava para o primeiro andar do edifício. Subiram a escada que rangia por as placas de metal que faziam de degraus não estarem devidamente aparafusadas e encontraram-se numa sala cheia de máquinas que não faziam a mínima ideia para que é que serviam. Abriram a porta que dava para a outra metade do andar e quando a fecharam pararam para pensar (apesar de alguns não possuírem esta capacidade).

Génio – Estou a sentir um cheiro estranho que me deixa um pouco tonto.
Mário – Peço desculpa.
Génio – Não é isso. É um cheiro a gás vindo da porta.

Abriram a porta e uma nuvem de gás surgiu. Fecharam-na de imediato. O Génio e o Sandro ficaram zonzos e apoiaram-se num tubo de metal para não caírem. O Mário continuava a sorrir.

Mário – Elá! Aquilo é que foi um pivete! Daqueles nem eu consigo fazer hahahahahaha!

O Génio e o Sandro tossiam compulsivamente. Depois de tanta confusão levantaram-se e seguiram caminho. Mário reparou num dos quadrados do pavimento que estava saliente.

Mário – Olha um quadrado do pavimento que está saliente! Sinto-me deveras tentado a pisá-lo.
Génio – Está quieto! (Não sei o que há de tão apaixonante num quadrado do pavimento saliente.) Pode ser uma armadilha.
Mário – Hahaha não me faças rir! Isso é nos filmes do Indiana Jones e do Tomb Raider! Só me falta dizeres que ao pisá-lo vai abrir-se um buraco debaixo dos nossos pés que nos leva até um compartimento sem saída.

Corajosamente Mário avançou e pisou o dito cujo quadrado. O chão depressa se abriu e os três personagens precipitaram-se por um túnel que os levou até um compartimento sem saída antes que o Sandro pudesse dizer “otorrinolaringologista” (o Sandro levaria meia-hora para dizer isto). Chegados lá abaixo levantaram-se e olharam para cima onde ainda se via um resquício de luz vindo da entrada do túnel.

Mário – Ups…
Génio – Isto é estupidamente e irritantemente típico.

Continua...


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sexta-feira, 10 de abril de 2009

O Génio da Lâmpada (parte 6)

Depressa o Génio voltou para dentro de casa e disse aos outros dois habitantes, o Mário e o Sandro, que tinham de ir depressa porque a rapariga tinha sido raptada por um tipo qualquer que usa meias de senhora na cabeça (cá para mim é um travesti). O Mário era o que estava a ver televisão e o Sandro estava na cozinha a comer (para variar). O Mário é aquele tipo desmazelado com calças “a fugir à polícia” e o Sandro é uma criatura que tem por hábito falar usando maioritariamente monossilábicos, além do mais é um pouco difícil perceber o que diz.

Génio – Epá temos de ir depressa! Ela foi raptada por um… eh sei lá… não interessa! Vamos!
Mário – All right shor! Gato Bebado to the rescue!
Sandro – Mmmm… pode ser… mmm… bora.

E assim saíram os três de casa. Estava um nevoeiro e mal se via um palmo à frente do nariz, mas também quem é que é suficientemente estúpido para querer ver a palma da mão à frente do nariz num dia de nevoeiro, interessa é ver o caminho para não tropeçar em algum calhau. Viraram na primeira curva à esquerda e andaram mais de um quilómetro sem que nada acontecesse excepto o Mário ter tropeçado numa pedra por estar e tentar ver a palma da mão à frente do nariz. De repente ouviram um grito desesperado da rapariga a pedir ajuda que era mais ou menos do tipo “Ajudem-me seus inúteis! Quando vos apanhar vão ver!”. O Mário estranhou.

Mário - Que estranho. No episódio passado a rapariga estava inconsciente mas agora já está acordada e a reclamar. Cá para mim o autor da história não percebe nada do que está a fazer.

O nevoeiro passou e o céu ficou enublado e trovões rasgavam as nuvens, toda uma tempestade começava.

Génio – Ssshiu! Cala-te! Não ofendas o autor que ele pode ouvir e ele tem poder para fazer desaparecer em questão de uma frase as personagens.
Mário – Ai o que eu fui fazer! Peço imensa desculpa senhor autor. Não voltarei a repeti-lo.

A tempestade passou e o céu voltou a ficar límpido. Os três indivíduos olharam em frente e viram a rapariga a ser levada para dentro de um armazém antigo. Ganharam folgo e dirigiram-se para o estrutura onde a rapariga estava presa.

Continua...


Ivocatii

terça-feira, 7 de abril de 2009

Reflexão - A alma e a mente são o mesmo?

Isto é mais um daqueles assuntos que cada um tem a sua opinião e todos estamos certos ou todos estamos errados porque simplesmente não há forma de obter respostas conclusivas a esta pergunta. E por isso mesmo eu vou dizer a minha opinião e espero que o leitor, concordando ou não, dê também a sua.
Para mim a alma e a mente são formas diferentes de falar da mesma coisa.
A mente é o “eu”, aquilo que eu sou, o que define as minhas vontades e que raciocina. A mente é a minha parte racional, o que me faz ter razão ou julgar que tenho e por isso, talvez seja a parte de mim onde está a consciência que provém do meu raciocínio do que é bom ou mau. Daí quem “não tem” consciência deve-o ao facto de não pensar se está a fazer bem ou mal.
Quanto à alma apenas tenho a dizer que, na minha opinião como já foi dito, é, à semelhança da mente, o meu “eu” que controla as minhas vontades. Mas que controla as minhas vontades não racionais. A alma é como a minha parte animal, o instinto natural do ser racional. A alma é a chama da vida que nos faz reagir inconscientemente, sem pensar como se fosse automático. Quero desde já referir que esta alma de que falo não tem necessariamente a ver com a alma no sentido espiritual/religioso, quanto a essa não me manifesto por enquanto.


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