quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Os milagres da Cirurgia Plástica

Antigamente quem tinha algum defeito físico (ou achava que tinha) limitava-se a viver com isso, mas agora é possível moldar o corpo humano ao nosso gosto. É tudo uma questão de tempo e de tempo (porque tempo é dinheiro). Narizes tortos, ombros descaídos, bocas largas… tudo tem conserto! Basta dirigir-se a uma clínica plástica e levar uma carteira bem recheada.

Esta prática é agora também usada no mundo da publicidade, e não estou a falar desta ou daquela actriz ou modelo mas sim duma figura publicitária bem conhecida da criançada que marca presença na televisão todos os Natais desde há muito tempo. E todos os anos, com uma devoção quase fanática, ela convida as crianças para o Fantástico Mundo dos Brinquedos e os pais para o Nem-por-isso Fantástico Mundo do Gastar Dinheiro Com as Prendas. Alguns dizem que é da mesma espécie que o Popas da Rua Sésamo, outros que é um chocobo do Final Fantasy, o que é certo é que se trata duma ave amarela que se dá pelo nome de Leopoldina.


Como podem ver pela imagem, a Leopoldina também recorreu á cirurgia plástica. Talvez para ter um aspecto mais humanóide quem sabe… O que antes era um desajeitado pássaro amarelo é agora uma figura atlética. As principais diferenças foram nas asas que agora são braços onde as cinco penas se transformaram em cinco dedos, nos pés/patas que diminuíram de tamanho (passou dum 48 para um 37), o pequeno tufo de penas no traseiro que desapareceu, a pele que adoptou uma tonalidade amarelo-torrado graças aos solários e o estranho aparecimento de seios (e eu a pensar que só os mamíferos tinham seios… viver e aprender!). A cirurgia plástica conseguiu até transformar um desenho animado a 2D numa animação digital a 3D (fantástico, não acham?). Dada por terminada a descrição das improbabilidades científicas deste post, quero apenas acrescentar que por este andar qualquer dia a Leopoldina é capa da FHM (depois da Maya o ser já não me admiro de nada…).

Concluo por dizer que talvez no futuro seja também possível mudar o pensamento através de cirurgias, mas isso seria muito chato porque deixaria de haver gente estúpida, e sem gente estúpida este texto jamais teria sido escrito.


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segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O Cantinho das Polémicas: Caim

O que é muito irritante? Eu? Sim, realmente sou um pouco irritante. O anúncio do Pingo Doce cuja música passa de dez em dez minutos na rádio? Os personagens das telenovelas da TVI? Bem, como podem ver há muita coisa irritante neste mundo mas eu vim aqui falar de uma coisinha em particular: esta maldita polémicomania que paira nos media como um abutre á espera que o predador abandone a presa para ir comer o cadáver.
É o caso A, é o caso B (tudo com nomes muito originais), é o Sr. Dr. Eng. Prof. Bastonário da Ordem dos Inúteis implicado no processo X ou Y… O que não falta são polémicas… está na moda! O que se pode fazer?... No século XIX havia a mania dos “-ismos”, agora há a mania das polémicas.

Mas, deixando-me de rodeios e de rodeos, eu vim aqui para falar de uma polémica (é com grande transtorno que uso esta palavra) que houve com o lançamento do novo livro de José Saramago, intitulado Caim. Não li, logo não posso falar do seu conteúdo embora tenha intenção de o ler assim que terminar a minha leitura do Anticristo de Nietzsche. Mas graças às notícias soube da indignação da Igreja em relação a certas declarações contidas em Caim. Como devem saber, Saramago sempre foi alvo de grandes críticas devido à forma como escreve, uns detestam, outros gostam, eu pessoalmente aprecio bastante a sua escrita e já li dois dos seus livros. Mas, além das críticas à forma de escrever, também é conhecido o conflito entre o escritor e a Igreja Católica que já dura desde a publicação do Evangelho Segundo Jesus Cristo em 1991.

A Igreja declarou que achava as afirmações de Saramago um “atentado” à sua religião. Mas a questão é que, se falam tanto das supostas “agressões” à Igreja Católica, porque negligenciam as agressões da Igreja Católica? Consideram agressão dizer que “a Bíblia é um manual de maus costumes” ou que “o Deus da Bíblia não é de fiar: é vingativo e má pessoa” mas esquecem-se das agressões da Igreja à própria humanidade. Eu não me estou a referir ao massacre de crianças romanas que não tinham sido baptizadas, nem às Cruzadas, nem à Inquisição, nem à perseguição dos judeus, estou-me a referir às declarações do Papa na sua visita ao continente africano. Sim, o Papa, não foi um padre qualquer que estava bêbedo com o vinho da missa. “O problema da SIDA (…) não pode ser resolvido com a distribuição de preservativos. A distribuição só aumenta o problema” declarou Joseph Ratzinger na sua visita a África. Ora no meu ver acho muito mais grave alguém apelar a uma população fustigada pelo vírus da SIDA para que não se previna, dando asas a um maior número de mortes do que um escritor que “ofende” esta ou aquela entidade divina (sempre gostei deste termo).


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terça-feira, 27 de outubro de 2009

Conversa de Super-herois da Parvoice

Capitão Óbvio – Esta conversa não faz sentido.
Capitão Advérbios de Modo – Exactamente!
Capitão Sarcasmo – E eu a pensar que era uma ideia brilhante.
Capitão Inconsciência – Qual conversa?
Capitão Sinónimo – Não é uma conversa, é uma conversação.
Capitão Antónimo – Está calado! Não vês que é um monólogo?
Capitão Ignorância – Não me interessa saber.
Capitão Curiosidade – Estão a falar de quê?
Capitão Silêncio – …
Capitão Nada
Capitão Metáfora – Esta conversa é um barco sem leme.
Capitão Anos 70 – Peace and Love.
Capitão Bolchevique – A culpa é do Capitalismo Burguês. Na União Soviética não havia conversas destas.
Capitão Capitalista – Esta conversa já me custou milhares de dólares.
Capitão Mentira – Estou a adorar esta conversa.
Capitão Verdade – Estás a mentir.
Capitão Nacionalista – Malditos estrangeiros que vêm para cá fazer estas conversas!
Capitão Estrangeiro – Перейти в дерьмо!
Capitão Tradução – Vai à дерьмо!
Capitão Nazi – A culpa desta conversa é dos judeus.
Capitão Judeu – A culpa é dos árabes.
Capitão Árabe – A culpa é dos americanos.
Capitão Americano – Esse assunto está sob investigação da CIA e brevemente teremos uma resposta.
Capitão CIA – Se vos contasse teria de vos matar.
Capitão Denúncia de Plágio – Essa frase é do James Bond!
Capitã Feminista – Esta conversa é muito machista, é só homens.
Capitão Machista – Vai mas é lavar a loiça!
Capitão Aspas – Mas que “conversa”!
Capitão Segundo Significado – Que queres dizer com “conversa”?
Capitão Necessidade – Necessitamos de acabar com a conversa.
Capitão Imperativo – Acaba com a conversa já!
Capitão Anúncio – Chegou o Fim.
Capitão Fim – Cheguei!

Capitão Atrasado – Aqui estou eu! Oh… já acabaram.



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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Atenção! Uma nova praga.

Um comunicado da Protecção Civil alerta todas as pessoas para terem muito cuidado com uma nova praga.

Trata-se de uma espécie de mamíferos chamada Homo sapiens sapiens. Pertencem à ordem dos primatas e destacam-se pela pouca densidade capilar em comparação com outros primatas. A pelagem concentra-se maioritariamente na parte superior do crânio, nas axilas, na púbis e, no caso dos machos, na face após atingirem a maturidade física. Alguns nunca chegam a atingir a maturidade mental. Têm uma altura média que pode variar entre 1.50m e 1.90m podendo haver excepções. Normalmente os machos são maiores do que as fêmeas. Têm uma estranha forma de se locomover, são bípedes e andam quase sempre erectos. Mesmo quando se deslocam a grande velocidade, fazem-no usando apenas as patas de trás. Têm dois seios e os das fêmeas são maiores. Este é mais ou menos o seu aspecto:

(Homo sapiens sapiens - da esquerda: macho ; da direita: fêmea)

O seu aspecto pode variar consoante a região que habitam. As características que alteram são essencialmente a cor da pele, o cabelo e a constituição física. Aparentemente são inofensivos, não possuem garras nem presas afiadas, têm músculos fracos em relação ao seu tamanho e não atingem grandes velocidades já para não falar na pouca resistência física em relação a outras espécies. O perigo desta praga reside dentro do crânio. Ao longo das últimas dezenas de milhares de anos tem vindo a aumentar o tamanho do cérebro o que levou esta espécie a criar uma consciência e um raciocínio. É um animal social, vive em grupo e constrói edifícios onde habita com outros da mesma espécie. A sua esperança média de vida actual é de cerca de 80 anos. Nos últimos séculos tem vindo a multiplicar-se e julga-se que já haja, em todo o mundo, mais de 6 milhares de milhões. Outra razão pela qual esta espécie é perigosa é o facto de se adaptar a todos os tipos de clima sendo o ambiente inútil na extinção desta praga. Usam tecidos feitos de fibras ou pele de outros animais para substituir o pêlo escasso.

Atenção! Se vir um humano não se aproxime, chame imediatamente as autoridades e, acima de tudo, não lhe dê comida nem fale com ele. Esta espécie é capaz dos actos mais horríveis desde a utilização de armas nucleares à crença em ideologias retrógradas e sem sentido que podem levar à chacina de milhões de membros da sua própria espécie, incluindo as crias. São animais bastante curiosos e com bastante imaginação, tanta que quando não conseguem explicar os fenómenos naturais inventam entidades superiores a que chamam deus ou deuses e que acusam de serem responsáveis por tudo o que acontece. Organizam essas crenças em religiões que são uma espécie de associação de humanos que acreditam na mesma entidade superior. Também são cometidas atrocidades em nome dessas entidades imaginárias, especialmente contra os que têm crenças diferentes. Consomem mais do que realmente necessitam e usam os recursos que consumiram para destruir o seu próprio habitat. Os nossos cientistas estão a trabalhar num pesticida para combater esta praga mas até agora não tiveram sucesso.

Lembre-se, tenha muito cuidado com os humanos!


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terça-feira, 22 de setembro de 2009

Uma Jovem Eleitora

Como devem estar informados pela tv, net, revitas, pombos correio ou lá como recebem a vossa dose de informação cultural diária, sim, dose, como se fosse droga, alguns noticiários são autênticas doses cavalares, é pena não ser de notícias.
Mas hoje não vou escrever sobre isso, até por que já chega de os martirizar, afinal não se deve exigir a um profissional de informação que… vá informe.

Como diz um grande seguidor meu, quando escrevo (mal e porcamente) alguma coisa neste blog é para dizer mal sobre política, por isso desta vez decidi inovar, mas depois pensei… Se calhar não.

Hoje a minha crítica vai directamente para Carolina Patrocínio, Mandatária Nacional da Juventude Socialista, que nos revela que «para as legislativas» votou «sempre PS»

(E aqui está a inovação da semana, eu citei alguém de algum gabarito, ainda que pouco, se bem que aquele adepto benfiquista tem mais a minha atenção que esta menina, mesmo sendo labrego e do Benfica, atenção que estou a utilizar a redundância.)

Seria tudo perfeitamente normal, afinal ela só estava a tentar a fazer campanha pelo partido que lhe pediu para isso, esse mesmo partido devia ter-lhe explicado o que é, sei lá, um sufrágio. O que é extraordinário é que as últimas eleições legislativas aconteceram a 20 de Fev. de 2005, um dia bem bonito para quem nasceu, por exemplo, a 27 de Maio de 1987 e que teria por essa ocasião apenas 17 anos, oito meses e 23 dias!

Pois é; o Partido Socialista oferece Magalhães para subornar as criancinhas que vão votar nele; e assim se consegue uma maioria absoluta; esta situação foi um bocado... vá... triste, mas resulta em Portugal por isso escrevam.

sábado, 12 de setembro de 2009

Reflexão - Porque estamos aqui?

Mais uma das grandes questões da humanidade. Porque estamos aqui? Primeiro há que definir o «aqui». Aqui onde? Em Portugal? Bem, estamos em Portugal porque nascemos aqui ou viemos para cá, porque se não tivéssemos nascido ou vindo de certeza que não estaríamos (verdades de La Palice…). Aqui na Terra? Nesse caso acho que é por a Terra ser um planeta com condições ideais para a ocorrência do fenómeno da vida. Aqui no Universo? Talvez porque não haja outro, e se houver não nos calhou lá habitar.

Mas normalmente quando alguém pergunta isso com um ar muito filosófico (cliché) refere-se ao porquê de existir. Há o «como existimos?», há o «onde existimos?» e há o «existimos?» e para todos eles ainda conseguimos arranjar, de uma forma ou de outra, uma resposta. Mas quando perguntamos «porquê?» já ficamos sem saber o que dizer. O «porque existo?» é o sentido da vida. E como já os Monty Python diziam no seu filme The Meaning of Life, o sentido da vida é nenhum. Agora vejamos, se rejeitarmos tudo o que nos é dito pelas religiões, todas as noções de Deus, deuses, entidades superiores, espíritos e toda essa panóplia divina, o “Arquitecto do Universo” como dizem os masons, se ignorarmos os conceitos de recompensa ou castigo post mortem, o que temos? Nada.

Calma! Antes que pensem que sou algum niilista com excesso de hormonas quero apenas dizer que, na minha opinião, a vida pode ter significado. Pode se lhe dermos. O significado da vida é aquilo que nós temos como objectivo, seja arranjar um bom emprego e ser rico ou ter uma família e filhos. São pequenos e simples objectivos de vida que constituem a razão de viver, a razão de existir (reparem no tom épico com que encerro). Mas se não lhe dermos um objectivo mais ninguém o fará e viveremos como animais que apenas existem porque existem.


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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Estado da Função Pública

É bem conhecida dos portugueses a situação da função pública.
Resumindo em bom e claro português europeu, funcionários públicos ajudam outros quadros do Estado a fazer nenhum, em alguns sectores da função podemos afirmar mesmo que as pessoas vão dormir para o trabalho.
Foi então que me decidi a ir eu própria a uma qualquer repartição do estado (que pediram para ficar no anonimato sob pena de “a entidade superior” os fazer passar por algo tão doloroso, isto é, trabalhar.)
Passei o dia então com quatro funcionários públicos: Toda-a-Gente, Alguém, Qualquer-Um e Ninguém.
Nesse dia, como em todos os outros desde o inicio daquele departamento, existia trabalho acumulado. E, claro, inevitavelmente há gente à espera que a tão falada “Máquina do Estado” funcione para poderem fazer a tão necessária operação às cataratas, ou alistar-se para receber o abono de família ou o subsídio de livros.

Curiosamente os departamentos de cobranças funcionam todos às mil maravilhas” confessou um dos funcionários; “Esses sim, quando cá vêm os manda-chuvas em época de eleições, é que recebem as palmadinhas nas costas” continuou.

“Eu não percebo, estando aqui sem fazer nada poupo milhões aos cofres do Estado, cá para mim, eu mereço um aumento” desabafou outro na secretária próxima enquanto lia a Dica da Semana.

Havia um trabalho importante para fazer e Toda-a-Gente tinha a certeza que Alguém o faria. Qualquer-Um podia fazê-lo, mas Ninguém o fez. Alguém se zangou porque era um trabalho para Toda-a-Gente. Toda-a-Gente pensou que Qualquer-Um podia tê-lo feito, mas Ninguém constatou que Toda-a-Gente não o faria.
No fim, Toda-a-Gente culpou Alguém, quando Ninguém fez o que Qualquer-Um poderia ter feito.

Foi assim que o Estado decidiu que estava na altura de admitir um novo funcionário para evitar todas estas questões, o Deixa-Andar, que foi bem admitido na equipa e confessa que “Aqui sinto-me em casa.”

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Movimento - Portugal Precisa de Si

Portugal precisa da tua ajuda!

Um Grupo armado auto-denominado 'Libertadores de Portugal' raptou esta manhã um grupo de deputados onde está incluído o nosso Primeiro-ministro predilecto e fantástico (reparem no tom, é que eu cá não quero ser corrida da blogosfera) que se encontrava nos gabinetes da Assembleia da República (às 11 horas não estavam lá muitos!).
Estão a exigir o pagamento de 15.000.000,00 euros em troca da sua libertação.
Se não for pago dentro de 24 horas, vão regá-los com combustível, espetá-los num pau com fogo por baixo e queimá-los vivos.
Um grupo paralelo, os “Separatistas da Conjuntura” está a fazer uma colecta e afirma mesmo que, e passo a citar: “Portugal precisa da sua ajuda”

Este grupo de salvadores da pátria conseguiu até agora:
- 1.630 litros de gasolina Sem Chumbo 95
- 1.420 litros de gasolina Sem Chumbo 98
- 3.125 litros de gasóleo
- 2.175 litros de gasóleo agrícola
- 578 caixas de fósforos
- 321 isqueiros

Não mandem álcool, pois o mesmo pode vir a ser consumido pelos deputados.
Aceitam-se também botijas de gás.
Ajude-nos a ajudar, contribua, se não o fizer, é porque não tem coração... Correremos todos o risco de eles escaparem!
Por favor, ajude.

Portugal precisa de si!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Um dia na vida de... Génio da lâmpada

Para todos os que já começam a queixar-se da minha inconstância, decidi voltar às teclas, desta vez mais brancas que nunca; isso mesmo, novo teclado, novos alvos para esmiuçar, um par de eleições à porta, muitas coisas giras ditas por gente feia e acima de tudo; uma nova crónica.
A partir de hoje encontra-se inaugurada a crónica “Um dia na vida de…” espero que desfrutem.

E ninguém melhor para seguir de perto durante um dia inteiro do que Génio, Génio da Lâmpada, tentei começar pela Manuela Moura Guedes mas aqueles lábios de fada ofuscavam e como tal desisti, mas o nosso génio foi muito mais afável.
O seu dia começou como tantos outros, ele acordou, fez o seu exercício matinal e comeu uma refeição ligeira, tudo claro está na sua pequena mansão, a lâmpada.
Essa porém viajava com rumo incerto pelos mares tendo encalhado (na Sicília? No Pólo Norte? No Iraque?) não, na praia de Cascais, afinal tudo quanto é poluição (inclusivé a social) ou flutua na água vai parar às praias de Cascais.

Um homem caminhava pela praia de Cascais e tropeçou na velha lâmpada.
Pegou nela, esfregou-a e...o génio saltou lá de dentro e disse:
'O.K. Libertaste-me da lâmpada, blá, blá, blá! Esquece lá aquela história dos 3 desejos! Tens direito a um desejo apenas e ponto final que isto não é os saldos”

O homem disse:
- Eu sempre quis ir aos Açores, mas tenho um medo enorme de voar...e no mar costumo ficar enjoado. Podes construir uma ponte até aos Açores, para eu poder ir de carro?

O génio partiu-se a rir e disse:
- Impossível. Pensa na logística do assunto. Como é que os pilares chegavam ao fundo do Oceano Atlântico? Pensa em quanto betão armado, em quanto aço, em quanta mão-de-obra... Não, de maneira nenhuma! Pensa noutro desejo.

O homem compreendeu e tentou pensar num desejo realmente possível.
- Fui casado e divorciado 4 vezes. As minhas mulheres disseram sempre que eu não me importava com elas e que era um insensível.
Então, é meu desejo compreender as mulheres; saber como se sentem por dentro e o que estão a pensar quando não falam connosco; saber porque estão a chorar... saber realmente o que querem quando não dizem nada...saber como fazê-las realmente felizes!

O génio respondeu:
Queres a puta da ponte com duas ou quatro faixas?

Depois voltou para a sua linda mansão e foi ver o jogo da selecção, mais um dia bem passado, a ponte já está alinhavada e cumpri o desejo do homemzinho.
É pena não ter acabado tão bem mas ainda há chance. O jantar foi escalopes de vitela com guarnição, e deu por terminado o seu dia.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O Génio da Lâmpada (parte 17)

O Sol nasce, a Lua esconde-se, o Sol brilha e a Lua volta atrás porque se esqueceu do casaco mas o Sol dá-lhe um kick no ass. E é finalmente dia. Dia de partirem para Argatio para salvar o Génio que está desaparecido há vários episódios. Mário e Sandro são acordados por Diogo.

Diogo – Acordem!
Mário – Ainda é cedo…
Sandro – Mmm…
Diogo – Vá lá! Não queriam que eu vos levasse até à saída da floresta?

E com grande custo os dois se levantam. Lavam a cara e vestem-se rapidamente. E quando já tinham toda a tralha às costas partem com o novo guia. Diogo leva-os através duns rochedos e por uns trilhos aparentemente invisíveis à vista desprevenida. Só mesmo quem conhece o local é que sabe sair dele. Passam por umas canas e atravessam um riacho saltando de pedra em pedra para não caírem na água.

Mário – É comum a água ser sempre quente e verde?
Diogo – Não, é apenas desde que a Câmara instalou a saída dos esgotos lá mais em cima.

Mário e Sandro entreolham-se com uma expressão de nojo e de admiração pela serenidade com que Diogo disse aquilo. E continuaram a atravessar o mato. Passado uma hora e meia estavam finalmente no final da floresta. Havia uma estrada de terra batida e uns quantos postes eléctricos mas não havia sinal de presença humana.

Diogo – Bem, trouxe-vos onde tinha prometido, agora daqui para a frente é com vocês.
Mário – E Argatio fica para que lado?
Diogo – Viram aqui à esquerda e seguem a estrada de terra até umas vivendas com quintal que há lá mais em baixo, Argatio é aí. Mas tenham cuidado! Argatio é conhecida por ser a base dum grupo de terrorismo organizado, os CLA.
Mário – Nunca ouvi falar.
Sandro – Mmm… Croftbol…
Mário – Croftbol?!
Diogo – Sim, o CLA é o Croftbol Liberation Army. Uns fanáticos que acham que o Croftbol é o desporto dos deuses e que quem joga vai para o Paraíso. Tenham muito cuidado!
Mário – Não te preocupes, nós somos o Clube do Gato Bêbado.
Diogo – Nunca ouvi falar. Bem, desejo-vos boa sorte.
Mário – Obrigado pela ajuda e manda cumprimentos aos gatos… eh… dragões.

Os dois afastam-se e ao longe antes de perderem Diogo de vista acenam e Mário grita.

Mário – Até à próxima Capitão América hahahaha!
Diogo – EU NÃO SOU O CAPITÃO AMÉRICA!!!

Mário vira-se para Sandro e riem-se os dois enquanto Diogo se vai aos arames.

Mário – Ao menos vimo-nos livres daquele louco e dos gatos dele.

E assim os dois seguiram caminho até Argatio que estava a ficar cada vez mais perto. E felizmente para todos desta vez não tivemos nenhuma interrupção do Autor.

Continua...


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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Como irritar pessoas em 9 lições

“1º Mandamento: Irrita o próximo
2º Mandamento: Irrita o próximo ainda mais
3º Mandamento: Depois de ires embora volta atrás para o irritares novamente
…”

in 10 Mandamentos da Lei do Irritar


1ª Lição: Não hesitar

Não pense duas vezes antes de chamar o alvo à atenção mesmo que tenho sido você a cometer o erro. Não deixe que seja ele a chamá-lo a si. É importante estarmos sempre um passo à frente do nosso alvo.


2ª Lição: Contacto visual

Depois de chamar a atenção fique a olhar fixamente para o alvo. É aqui que ficamos a saber se é um “irritável”, caso responda à sua chamada de atenção, ou um desistente que vai embora sem ripostar. Neste último caso continue a sua viagem.


3ª Lição: Manter a postura

Mantenha uma pose altiva e séria. O facto de parecer que está a levar aquilo a sério enerva ainda mais o nosso alvo.


4ª Lição: Uso da linguagem

Esta é a lição mais importante pois para irritar há que ter um bom domínio sobre o vocabulário. Use o maior número de sinónimos que conseguir. Use frases mais elaboradas que lhe dão um ar de snob irritante. Por exemplo, em vez de dizer “O que o senhor fez está mal” diga “O que o senhor acabou de fazer vai contra as regras estabelecidas” ou em vez de dizer “Se o senhor já sabia porque fez isso?” diga “Se havia sido previamente informado então porque optou por cometer esta infracção?”.


5ª Lição: Repetir, repetir, repetir…

As repetições estão ligadas à linguagem, é por isso importante saber quando as usar. Por exemplo, acusam-no de algo e em vez de dizer um simples “não” faça um ar indignadíssimo e diga “Não não não não não não não nã nã nã nã nã” enquanto agita o dedo indicador.


6ª Lição: Estrangeirismos

Procure também usar palavras estrangeiras. Tenha preferência por termos em francês ou italiano que são línguas bastante irritantes. Pode ainda usar o inglês desde que faça um sotaque britânico. Sempre que possível insira essas palavras em frases cujo contexto é português. Bons exemplos disso seriam: “Você é uma pessoa very irresponsável” ou “Sua criatura stupide!”. Pode também optar por italianizar palavras portuguesas acrescentando-lhes os sufixos “-ini”, “-oni” ou “-ani”: “Não seja parvini!”.


7ª Lição: Argumentum ad irritatio

Como é óbvio não vai estar constantemente a dizer a mesma coisa sem que justifique o que diz. A capacidade de argumentação é bastante importante, diga lá se não são irritantes aquelas pessoas que acham resposta para tudo. Na fase da argumentação não tenha medos nem receios, use tudo o que se lembrar mesmo que não faça sentido. Inverta as regras, invente leis e obrigações, alegue que fez o que não fez ou que estava onde não estava. E quando mentir não se esqueça de fundamentar bem a sua mentira pois é muito frustrante não conseguirmos defender a verdade perante uma mentira bem argumentada.


8ª Lição: Non-sense

Também inserido no tema da argumentação está o uso do non-sense. Quando já usou todas as armas letais de irritação pode recorrer ao non-sense para ampliar o efeito. Dê asas à sua imaginação! Diga que é o Super-Homem e que por isso pode chamar os outros à atenção, que veio no Guiness como o homem/mulher mais eticamente correcto e que devido a isso tem sempre razão, mostre um papel a dizer que é o Imperador do Universo ou o descendente directo do Napoleão. Simplesmente não poupe nem palavras nem ideias.


9ª Lição: Quantos mais melhor

Se tiver consigo um amigo ou acompanhante que sofra da mesma necessidade de irritar o próximo não o deixe de fora. Estes ajudantes são uma grande ajuda na fase de argumentação onde vai precisar de alguém que não só concorde mas também confirme o que diz. A única coisa mais irritante do que uma pessoa afirmar uma mentira óbvia é duas pessoas a confirmar essa mesma mentira óbvia.


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quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O Génio da Lâmpada (parte 16)

??? – Eu não sou o Capitão América, eu sou o Famoso Domador de Dragões!
Mário – E…?
Famoso Domador de Dragões – E… domo dragões.
Mário – Mas como te chamas?
FDD – Ahh chamo-me Diogo.
Mário – Pronto, era isso que queria saber. Dizes então que domas dragões, mas não vejo nenhum dragão até porque não existem, isso não passa dum mito.
Diogo – Enganas-te, estes são os meus dragões!

De repente um dos gatos salta para o ombro de Diogo.

Mário – Fugiste de algum manicómio? Isso são gatos, não são dragões.
Diogo – São kittydragons, uma espécie muito rara!
Sandro – Mmm… OMFG…!
Mário – Sandro vamos fugir, livrámo-nos duma chata para virmos dar com um louco.
Diogo – E até cospem bolas de pêlo flamejantes! Eles é que estão muito envergonhados. Dei-lhes nomes de advérbios de modo. Este é o Unicamente, aquele o Especialmente e o pequenino ali atrás é o Infinitamente.
Mário – Vamos Sandro!

Mário e Sandro saíram dali a correr com medo daquele louco. Entretanto Diogo vira-se para um dos gat… dragões.

Diogo – Eles vão-se perder e estarão de volta num instante.

Os dois macambúzios que fugiram já estavam afastados da clareira da floresta quando chegaram à conclusão que estavam perdidos.

Sandro – Mmm... tenho medo…
Mário – Também eu. Olha luz! Vamos seguir aquela luz pode ser que nos leve a alguma casa.

Seguiram a luz até estarem numa clareira que acontecia ser a mesma de onde partiram e lá estava Diogo em frente á fogueira a aquecer um bocado de carne e a partilhá-lo com seus “dragões”.

Mário – Bem, vejo que não nos resta nenhuma opção senão confiar no doido dos gatos.
Diogo – Juntem-se e comam! Há que chegue. Amanha eu guio-vos até á saída da floresta. Por hoje durmam que já é de noite.

Os três mais os vinte foram dormir embora Sandro não conseguisse devido ao ressonar de Mário. Sandro dá um pontapé em Mário.

Sandro – Mmm… porco…
Mário – Hã? Que queres? Deixa-me dormir…

E assim os dois dormiram na companhia dum lunático mais um bando de dragões felinos. Na manhã seguinte um novo destino os aguardava mal o Sol nascesse. Será que Diogo veio para ficar? Será ele realmente de confiança?

Autor – MAS PORQUE FAZES ESSAS PERGUNTAS SE SOU EU QUE ESCREVO A HISTÓRIA?

E assim o Autor nunca mais interrompeu o narrador senão o narrador interrompe a sua fala com o “Continua…”.

Autor – ISSO É QUE ERA BOM! EU TENHO O DIREITO DE…

Continua...


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sexta-feira, 31 de julho de 2009

Polícia dos Bons Costumes

Em países democráticos onde prolifera a liberdade de expressão, tal como o Irão, os governantes resolveram criar uma força policial denominada de Polícia dos Bons Costumes. A principal função desta nobre organização é erradicar dos espaços públicos toda e qualquer ameaça de DPA (Demonstração Pública de Afecto). E como é óbvio as pessoas temem pela sua liberdade (se é que se pode chamar liberdade) e optam por “não trazer o quarto para a rua”. Isto é em países como o Irão onde quem rouba fica sem a mão. Mas como seria em Portugal onde quem rouba vai para vereador da Câmara? Como seria o Código Penal dos Bons Costumes? Em vez do teste do álcool haveria o teste dos princípios morais onde teríamos de soprar num balão que indicaria o nosso nível de imoralidade no sangue? Imagino então o seguinte diálogo:

Polícia – Ora mostre-me os seus documentos… hmm está tudo em ordem. Queria informar o senhor que o radar lá atrás detectou o seu veículo a 150 km/h.
Cidadão – Epá shor guarda realmente excedi o limite de velocidade.
Polícia – Meu amigo, não me interessa se excedeu o limite de velocidade. O que me interessa foi que o radar detectou o senhor a beijar a sua namorada, é que estes novos radares são sensíveis à saliva.

Estou também a imaginar os subornos.

Cidadão – É assim senhor polícia: eu dou-lhe estas notas verdinhas e o senhor não viu eu beijar a minha namorada, ok? Até porque não é namorada, é noiva. Vamos casar… daqui a vinte anos.

E como seria a imoralidade vista em comparação com outros crimes?

Polícia – Mostre o que tem dentro desse saco.
Cidadão – É droga shor guarda, é droga.
Polícia – Hmm droga? Não acredito. Mostre lá! Literatura estrangeira! O senhor vai ter de ser preso por posse de literatura estrangeira. Dar droga aos jovens ainda é como o outro mas agora andar por aí a espalhar ideias revolucionárias à nossa juventude! Nem pensar!
Cidadão – Mas isso foi um livro que achei. Até o uso para esconder Haxixe.
Polícia – Haxixe?! Isto cheira é a Nietzsche!

Outras questões me surgem tais como: haveria algum limite de tempo para os abraços? Nos parques públicos ao lado do sinal “Não pisar a relva” estaria o sinal “Não beijar na relva”? Deixo a continuação deste tema à imaginação do leitor.


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segunda-feira, 27 de julho de 2009

Saúde e (pa)Ciência

Qual o pior sítio para se estar na manhã de um dia de semana? Num centro de saúde! Os conflitos entre a Índia e o Paquistão no Bangladesh não são nada comparados com a sala de espera onde multidões aguardam serem chamados por um altifalante que mal se ouve no meio de crianças inquietas e mães iradas. Isto testemunhei eu em primeira pessoa quando fui ao Centro de Saúde da Amora para a médica preencher o atestado médico para iniciar as aulas de Código.

Comecei por tirar uma senha para a marcação de consulta e confesso que até foi mais rápido do que pensei mas depois quando fui para o outro lado do corredor esperar pela chamada é que tudo começou. Dizem os sábios e os que julgam saber que o tempo médio de concentração de um humano adulto é de cerca de 20 minutos. Mas na sala de espera do Centro excede-se os limites humanos pois tenho de estar 100% concentrado durante várias horas para ouvir a chamada que mais parece que estão a contar um segredo do que a chamar alguém. Depois há aquelas mães que levam os cinco filhos apesar de apenas um estar doente e os outros ficam por ali a correr e a gritar. Há também aquelas mulheres com filhos ainda pequenos que choram até ficar sem ar nos pulmões. Deve ser genético pois muitas vezes os gritos da mãe com as enfermeiras e auxiliares são facilmente confundidos com os berros do petiz. Já para não falar nas pessoas que tentam passar à frente dos outros mas que na eventualidade da sua tentativa falhar começam a reclamar para si próprios e a dizer mal do sistema que eles tentaram corromper, tudo em voz alta para todos ouvirem. Ah já me ia esquecendo do velhinho que já passou por mim cinco vezes a perguntar a mesma coisa e que fica ali a contar-me a história da vida dele como se naquele momento o que mais me interessava era o facto de ele ter feito a tropa em Angola.

Ao fim de duas horas e no meio de miúdos a correr, bebés a chorar, mães iradas aos gritos, usurpadores de lugares na fila, velhinhos nostálgicos e com falta de memória fui finalmente chamado, não pelo altifalante mas pela médica que veio ao corredor chamar-me.



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sexta-feira, 24 de julho de 2009

Benfica, uma Crónica dos Costumes

Algo de inacreditável tem acontecido nos últimos tempos, os Estados Unidos pararam de se meter na política interna de países com maior poderio militar que eles? (Naa, isso seria pedir demais.)
Não adivinham mesmo? Pois bem, o Benfica anda a ganhar um ou dois jogos!! (surpreendam-se) Depois de quatro resultados aceitáveis, uma taça do Guadiana e, por incrível que pareça, sem que Pedro Mantorras tenha sofrido uma lesão grave que o impeça de jogar o resto do ano desportivo - coisa que não acontecia desde o tempo em que Mário Jardel sabia jogar futebol. (nunca!).

O Benfica parece estar finalmente naquilo a que se chama uma maré de sorte, o que anda a deixar os seus adeptos terrivelmente assustados, confusos e crentes em magia negra.

Não sei o que se passa. Se fossem só empates, tudo bem, estávamos no mesmo caminho do ano passado, mas andamos a ganhar jogos! A marcar golos!”, afirma um adepto que jurou ter assistido ao Benfica – Olhanense de olhos abertos, virado para o jogo e com a camisola vestida.

Pouco habituados a dizer bem da sua equipa e muito menos do seu treinador, os adeptos da equipa encarnada começam agora a duvidar que o Benfica seja mesmo a sua equipa.

Eu só sei que este é o mesmo Benfica por causa dos guarda-redes, esses estão na mesma. Continuam autênticos frangos, continuou o mesmo adepto.

Respirando fundo e abrindo de seguida o seu coração, concluiu:
“Não sei o que dizer, não sei o que fazer, não sei quem insultar. O que é que as equipas que têm treinadores competentes fazem? A nação benfiquista não está preparada para isto. O que mais me assusta… é termos a hipótese de sermos campeões.”

Agora deixo-vos uma relflexão... Será que esta onde de sorte que atingiu a Catedral da Passarada veio da ficar? Eu como Sportinguista convicta respondo... Evidentemente que não.

Logo, a Companhia de Seguros do Futuro

O prometido é de vidro.
Logo, facilmente quebrável.
Logo, contra todas as espectativas, volto para mal dos pecados de muita gente, (principalmente dos seguidores da saga do Génio da Lâmpada) Estou de volta e em força.
E Logo é uma companhia de seguros que faz seguros online em 5 minutos e que rege a sua actividade de acordo com os seguintes valores:

  1. Simplicidade, eliminando todas as burocracias e papeis desnecessários, tornando a compra do seguro mais fácil; (fazendo uma ligação directa à sua conta bancária para lhe estorquir dinheiro)
  2. Eficiência, reduzindo os desperdícios, tirando partido da simplicidade, para oferecer o melhor preço ao cliente; (fazem seguros em papel higiénico para que possamos reutilizar)
  3. Transparência, falando uma linguagem que todos compreendem, sendo claros no que dizem; (LOL, deve ser deve)
  4. Eficácia, orientando a sua acção para o objectivo, para que tudo seja mais rápido. (Neste país terá o seu seguro no dia 31 de Fevereiro, pelas 25 horas)

E aqui fica o espaço publicitário da semana.

domingo, 12 de julho de 2009

O Génio da Lâmpada (parte 15)

Passaram vários dias desde que os dois partiram em busca do Génio. Tinham conhecido vários automobilistas com grande expressividade. Conheceram também uma personagem conveniente daquelas que aparecem nos anúncios dos detergentes e que lhes indicou o caminho para Argatio. Seguiram então por todas as localidades indicadas até chegarem a uma zona de mato.

Mário – Olha um pinheiro! Olha outro pinheiro! Ena tantos pinheiros!
Sandro – Mmm… estamos perdidos…
Mário – Nada disso! Aquela senhora muito simpática disse que bastava seguir os pinheiros que íamos lá ter. O problema é saber qual dos milhares de pinheiros à nossa volta é que devemos seguir.

Continuaram perdidos até irem dar a uma pedreira abandonada.

Mário – Olha uma pedra! Olha outra pedra! Ena tantas pedras!
Sandro – Mmm… monótono…
Mário – Não te preocupes, ali à frente já há mais pinheiros.

Mário seguia caminho com um sorriso na cara, parecia que ver pedras e pinheiros era a coisa mais divertida que lhe tinha acontecido. De repente ao entrarem na seguinte zona de mato ouviram passos atrás dos arbustos.

Mário – Ai que medo! Deve ser algum bandido!

Sandro nem expressou a mínima palavra. Os dois personagens estavam a tremer de medo do que ou de quem pudesse estar atrás daqueles arbustos.

Mário – Saí já daí bandido! Olha que estou armado!
Sandro – Mmm… com uma cenoura…
Mário – Fica tu sabendo que esta cenoura é veterana da Segunda Guerra Mundial.
Sandro – Mmm… compraste no supermercado…
Mário – Ah pois… bem não interessa! Olha que dou cabo de ti com esta cenoura, ó bandido!

Uma voz veio de trás dos arbustos.

??? – Quem se atreve a entrar no meu território?
Mário – Sai daí se és homem, e se fores mulher também.
??? – Pois então eu mostro-vos o meu poder.

Subitamente ouve-se um miar de gatos e um vulto salta de trás do arbusto tapando a cara com a capa que trazia às costas. O vulto aterra no chão e aleija-se no tornozelo.

??? – Que raiva! Tenho de treinar estas entradas.

Aquele indivíduo ergue-se e destapa a cara. Está vestido com umas calças de fato-de-treino e uns boxers por cima das calças. Veste também uma camisola de alças vermelha com a letra D e uma máscara tapa-lhe os olhos e o nariz. Atrás dele vêm mais de vinte gatos a miar. O indivíduo desvia a gadelha que lhe tapa os olhos e põe as mãos na cintura assumindo uma pose altiva.

Mário – Hahahaha olha o Capitão América!

Mário e Sandro riam-se enquanto uma expressão de raiva percorria a cara da misteriosa personagem.

??? – EU NÃO SOU O CAPITÃO AMÉRICA!!!!!
Autor – OLHA QUE SÓ EU É QUE TENHO O DIREITO DE FALAR EM CAPS LOCK!

??? – Cala-te Autor! Eu não sou o Capitão América, eu sou o…

Continua...
Muhahahah


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sexta-feira, 26 de junho de 2009

Diálogos de Nada

Racional – Porque vieste?
Irracional – Por nada.
R – Se foi por nada então porque vieste?
I – Por nada, já te disse.
R – Que te fez vir?
I – Nada.
R – Então porque te deste ao trabalho de vir?
I – Não sei.
R – Mas como vieste?
I – Vim vindo.
R – Vieste vindo como?
I – Com os pés.
R – Então vieste pelos pés, não foi?
I – Sim.
R – Primeiro disseste que vieste por nada, agora dizes que vieste pelos pés.
I – Pensei que falavas na razão de vir.
R – E tinhas razão de vir?
I – Não.
R – E agora já tens?
I – Continuo a não ter.
R – Então o que te levou a esta acção?
I – Nada.
R – Nada leva a nada, não leva à acção.
I – Então já tenho razão. Nada é a minha razão de vir.
R – Se a razão é nada então não tens razão.
I – Tenho, embora nunca a tenha tido.
R – Como podes ter e não ter razão?
I – Quando se tem nada, é em não o ter que o temos.
R – Então sempre tiveste.
I – Sempre tive porque nunca a tive pois a minha razão é nada, já te tinha dito.
R – Confuso… E desde quando é que a tens?
I – Nunca a tive.
R – Então como a tens agora?
I – Tenho-a agora porque nunca tive.
R – Mas começaste a tê-la em algum momento para a poderes ter agora.
I – Não a tenho nem nunca tive, por isso é que digo que a tenho agora.
R – Mas tudo tem um início e um fim.
I – Porque resumes tudo a um conceito geométrico? Porque tem tudo de ser uma recta ou um ponto?
R – Porque tudo é uma recta ou um ponto. As coisas ou acontecem num momento exacto ou demoram um determinado tempo a acontecer.
I – Não há coisa que aconteça num momento exacto. Pois entre o início e o fim há sempre algo, mesmo que esse algo seja nada. Repara na recta, onde ela começa?
R – No infinito.
I – E onde acaba?
R – No infinito.
I – E o que é o infinito?
R – É tudo.
I – E podes definir o infinito?
R – Não.
I – Se não podes definir então é porque o infinito é nada. Logo se a recta começa no nada e acaba no nada, ou seja, começa onde acaba. Então a recta é nada pois nunca saiu do nada. E tal como a recta, a minha razão consiste em ser nada.
R – Vamos acabar com esta conversa que já me dói a cabeça. Queres ir beber um café?
I – Porque me convidas?
R – Por nada.
I – Boa razão! Anda então beber o café que eu pago.
R – Tens dinheiro?

I – Tenho.


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quarta-feira, 24 de junho de 2009

O Génio da Lâmpada (parte 14)

Finalmente chegaram ao deserto! Era hora de decidirem qual o caminho a tomar para achar essa tal terra chamada Argatio. Mário tirou um mapa da sua mochila atulhada de comida e começou a tentar ver qual a estrada que os levaria lá mais rápido.

Mário – Não vejo nenhum sítio chamado Argatio no mapa. Será que já não existe?
Sandro – Mmm… está ao contrário…
Mário – Ah pois!

Mário reparou que tinha o mapa ao contrário mas mesmo assim continuava a não ver onde era Argatio. Então, dada a inutilidade do mapa, resolveram perguntar às pessoas que ali estavam. Perguntaram primeiro a um homem que ia dentro dum carro mas não obtiveram resposta, em vez disso o simpático senhor mostrou-lhes o dedo médio. Perguntaram a mais dois condutores mas as respostas mais conclusivas que tiveram foram do tipo «Epá sai da frente!» ou «Vai perguntar à… da tua prima!». Noutras vezes as pessoas respondiam que era para a esquerda e a seguir outra dizia que era para a direita. Resumindo, ficaram na mesma.

Mário – Estamos tramados. E agora como vamos achar o caminho?

De repente aparece um homem com uma t-shirt duma marca de detergente. Era uma personagem conveniente.

Personagem conveniente – Eu posso indicar-vos o caminho mais rápido e mais seguro para Argatio!

A personagem conveniente esboçava um sorriso de anúncio de pasta de dentes. Era um daqueles senhores que aparecem nos anúncios de detergentes com aquele ar de que vão resolver todos os problemas daquela casa, os quais se resumem a uma camisola suja de nódoas. Imaginem aqueles anúncios em que o puto chega a casa todo cagado porque andou a rebolar na lama o dia inteiro, e quando a mãe vai mesmo a pregar um par de estalos ao gaiato aparece um homem ou mulher vestido/a com uma camisola com o logótipo da marca a dizer que aquele, e apenas aquele, detergente pode tirar a nódoa e trazer felicidade àquela casa. Mas de onde é que aparece essa criatura? Vive numa toca no quintal? Entrou sem ninguém ver? É um espírito que apenas se materializa na presença de nódoas? Será que interage e sociabiliza com outros da sua espécie? Terá reprodução sexuada ou assexuada? Enfim… será que ninguém os processa por invasão de propriedade?! É crime sabiam? Bem, mas agora admitamos que até foi conveniente esta personagem aparecer.

Personagem conveniente – Sigam-me e mostro-vos o caminho.
Mário – Anda Sandro!

Mário e Sandro seguiram a personagem conveniente até um local chamado Laranjeiro.

Personagem conveniente – Daqui basta seguirem para Corroios, depois Cruz de Pau, Paivas, Fogueteiro, Seixal, Paio Pires e a seguir têm Argatio.
Mário – Muito obrigado! Já agora quem és e como te chamas?
Personagem conveniente – O meu nome é…

Passa um carro a alta velocidade por eles e não deixa ouvir o resto da frase.

Personagem conveniente – Embora os meus amigos me tratem por…

Agora foi a vez de um camião passar e com o barulho não ouviram o resto da frase. Era um dia de muito trânsito.

Personagem conveniente – Mas podem tratar-me por Personagem conveniente.
Mário – E como soubeste que íamos para Argatio?
Personagem conveniente – Foi o Autor que me contratou. É que as vezes o Autor desta história não sabe como sair das confusões que escreve e recorre ao non-sense para conseguir avançar com a história.
Autor – COMO TE ATREVES A REVELAR O MEU PLANO… EH… QUER DIZER… A MENTIR, COMO TE ATREVES A MENTIR SOBRE MIM?! OLHA QUE DOU CABO DE TI EM MENOS DE UM PARÁGRAFO!
Personagem conveniente – Cala-te e dá-me o dinheiro que me deves! Senão ainda estavas no início deste capítulo.
Autor – TOMA LÁ O DINHEIRO! MALDITAS PERSONAGENS CONVENIENTES… LEVAM UMA PESSOA À FALÊNCIA!


E depois de tratarem de negócios com o Autor desta história os dois personagens, Mário e Sandro, partiram para Corroios como lhes tinha dito a personagem conveniente.

Continua...


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quinta-feira, 18 de junho de 2009

O Génio da Lâmpada (parte 13)

Mário e Sandro estavam em frente da Rapariga à espera que esta lhes explicasse a tão secreta e sagrada missão que tinha para eles. Ela emanava raiva por todo o seu corpo.

Rapariga – Prestem atenção seus imprestáveis! O Génio voltou a ser génio.
Mário – Não estou a perceber…
Rapariga – Então cala-te e deixa-me falar! O Génio voltou para dentro da lâmpada e desapareceu no horizonte. Ele falou-me dum tal acordo com o Autor e, segundo o que ele me disse antes de partir, voltou para o seu local de origem.
Mário – Sim, lembro-me do acordo com o Autor que ele fez quando estávamos no buraco. Tens ideia onde isso seja?
Rapariga – Não, pensei que vocês me pudessem dizer…

A Rapariga baixou a cabeça e fez uma cara triste enquanto mordia o lábio para não mostrar mais sentimentos. Não era hora para fraquezas.

Sandro – Mmm… Argatio…
Mário – Ah já me lembro! Uma vez estávamos a falar da nossa infância e o Génio falou-nos que o primeiro local da sua memória é um sítio chamado Argatio.
Rapariga – Argatio?! Mas isso é alguma loja de animais?
Mário – Não sei, só sei que fica além do deserto.
Rapariga – Sim, isso também ele me disse. Então de que estão à espera? Despachem-se a ir para esse tal Argatio!
Mário – Mas é muito perigoso! E como é que vamos? É uma loucura irmos lá buscá-lo!
Rapariga – Eu digo-te o que é que é perigoso!

E nisto a Rapariga dá um pontapé na “descendência” de Mário e este contorce-se no chão com dores.

Rapariga – Vai já buscar o meu Génio!
Mário – Está bem eu vou. Vem comigo Sandro, com esta maluca aqui prefiro mil vezes os perigos do deserto.

E então fizeram todos os preparativos tais como comida, mudas de roupa, mapas, o ursinho de peluche com que Mário dorme, etc. … E partiram para a viagem mais perigosa desde que foram ao Fórum Montijo.

Rapariga – Boa viagem e boa sorte!
Mário – Obrigado! Longe de ti qualquer sorte é boa…
Rapariga – Disseste alguma coisa?
Mário – Não, nada! Até à próxima.

Mário e Sandro sorriram de alívio.

Mário – Viagem ikese! Longe daquela chata e pelo deserto adentro!

E então os dois personagens partiram da cidade rumo ao outro lado do rio. Apanharam o comboio até à estação do Pragal e aí começou a sua viagem a pé rumo a Argatio para salvar o Génio da sua própria genialidade.

Continua...


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segunda-feira, 8 de junho de 2009

O Génio da Lâmpada (parte 12)

Depois de salvos, remaram o pequeno barco de madeira para a margem enquanto observavam a coluna de fumo que se erguia no local do armazém incendiado. Nada tinha restado, só uns escombros carbonizados do que tinha sido um dos maiores armazéns da zona. O Génio questionava-se o que tinha acontecido a Fritz, parecia impossível que tivesse sobrevivido ao incêndio.

Génio – É impossível que Fritz tenha escapado. Não posso deixar de sentir pena dele.
Rapariga – Não penses mais nisso. Ele fez por merecer. Pensa que podias ser tu a estar ali.
Mário – Vamos mas é festejar o regresso a salvo!

Saíram do barco e foram para a casa onde o Génio e a Rapariga viviam mais o Mário e o Sandro que se tinham “convidado” a ficar. Até já estavam a ficar habituados a ideia de partilhar a casa com aqueles dois idiotas. Sandro dava um bom cozinheiro e Mário um excelente mordomo. Mas uma preocupação ocupava o rosto do Génio e a Rapariga incomodada com isso decide perguntar o que se passa.

Rapariga – O que tens? Estamos a salvo agora. Anda, tenho saudades daqueles momentos a sós, quero-te beijar!

O Génio olhou para ela com um olhar tenso.

Génio – Lembras-te quando te disse que tinha algo para te dizer?
Rapariga – Sim, que foi? Que se passa?
Génio – Quando íamos a subir o armazém ficamos presos num buraco porque o Mário pisou um quadrado do pavimento saliente. Quando estávamos lá dentro pedimos ajuda ao Autor porque não podíamos sair.
Autor – FOI VERDADE.
Génio – Importa-se de não interromper a nossa privacidade!
Autor – PEÇO DESCULPA.
Génio – Bem, adiante. E em troca de sairmos de lá eu fiz um acordo com o Autor. Quando te salvasse tinha de voltar a ser Génio e voltar a ficar preso à lâmpada.
Rapariga – Mas isso não é problema! Basta desejar que sejas novamente livre!
Génio – Não é bem assim. Depois de voltar a ser Génio volto para o meu local de origem.
Rapariga – E onde é isso?
Génio - Fica muito longe, para lá do deserto! Demora-se muito a lá chegar para não falar dos perigos.
Rapariga – Vou-te buscar nem que seja ao vigésimo círculo do Inferno de Dante!

O Génio solta uma gargalhada.

Génio – Não existe tal círculo segundo Dante.
Rapariga – Passa a existir!
Génio – Beija-me antes de me ir embora!

A Rapariga aproximou-se do Génio e beijou-o abraçando-o com força. Aquele beijo pareceu durar uma eternidade mas para eles foi apenas um segundo. As suas bocas mal se mexiam. Pareciam estar no paraíso! Subitamente o Génio começa a transformar-se em fumo e em seus pulsos aparecem as correntes que já uma vez neles tiveram, o símbolo da escravidão da lâmpada. Todo o corpo do Génio foi absorvido por um objecto que tinha a forma de uma lâmpada e que tinha ali aparecido misteriosamente. A Rapariga reparou numas letras na lateral da lâmpada antes que esta fosse projectada a alta velocidade em direcção ao horizonte a Leste. Não se via mais sinal da lâmpada no céu, estava tudo calmo e límpido em oposição à Rapariga que sentia uma tempestade em seu coração. Uma lágrima escorreu pelo seu rosto, mas não querendo mostrar parte fraca limpou a lágrima e pôs mãos à obra! Deu um grito que estremeceu a casa inteira e apareceram Mário e Sandro a tremer com medo do que ela lhes pudesse fazer. Não se brinca com uma mulher zangada.

Rapariga – Tenho uma missão para vocês, seus inúteis!

Como é óbvio
Continua...


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sábado, 30 de maio de 2009

Reflexão - realidade e verdade

Mas por que razão só me lembro de falar sobre estas coisas quando estou na cama quase a adormecer? Talvez porque é a essa hora que não tenho mais nenhuma distracção e posso concentrar-me nestes assuntos que contribuem em muito para a felicidade da espécie humana. A única distracção que possa haver a essa hora seria a luz dos postes eléctricos que se vê através da abertura da persiana ou o tecto do meu quarto. Mas avaliando essas alternativas acho que prefiro fazer esta pequena reflexão.
Ora bem, uma coisa que as pessoas costumam dizer com bastante frequência é “eu tenho razão e tu não” ou “isso não faz sentido” ou até mesmo “isso está errado, isto está certo”. Mas agora eu pergunto mesmo: será que está mesmo certo? O que eu quero dizer é que cada um de nós tem a sua própria realidade, a sua verdade. O que nós entendemos por realidade é o conjunto de regras que definem o mundo, ou seja, aquilo que nós acreditamos que existe, e tal como nas crenças, cada um tem a sua realidade a qual é totalmente distinta das realidades dos outros. O que na minha realidade pode ser perfeitamente lógico na sua pode ser a maior das parvoíces. E onde eu quero chegar é ao facto de termos de respeitar a realidade dos outros admitindo que, visto de outro ângulo, as coisas podem ser totalmente diferentes.
E agora perguntam-me: e se um criminoso achar que, na sua realidade, o crime que cometeu foi correcto e que não merece ser castigado? A resposta é óbvia: tem de ser punido! As realidades não estão isoladas, se tivessem seriam impossíveis todas as relações sociais da nossa querida espécie. Uma boa forma de demonstrar o que quero dizer é usar o exemplo das bolhas de sabão, elas são individuais e dificilmente se fundem mas tocam umas nas outras e empurram-se. Cada bolha é uma realidade distinta e tem a sua própria identidade, mas no entanto interagem entre si. O problema é quando uma bolha (ou realidade) vai contra outra bolha com tanta força que rebenta com a última. Os crimes são isso mesmo, é quando a minha realidade perturba a sua de forma prejudicial. E para punir esses crimes inventaram as leis, que não são mais que uma realidade, e a prova disso é que cada país, religião ou povo tem as suas próprias leis. Nós, ocidentais, achamos que alguém que assalta um banco merece uns quantos anos de prisão, no entanto os árabes acham que quem comete um assalto a um banco merece a amputação da mão. Então usamos a realidade da Lei para julgar em vez de fazermos justiça segundo a nossa realidade.
E novamente me perguntam: então e se duas pessoas concordarem totalmente em todos os aspectos quer dizer que têm a mesma realidade? Nada disso, cada um tem a sua própria “bolha”, só que às vezes para conseguirmos integrar-nos na sociedade temos de moldar a nossa realidade à realidade de outros ou a algum padrão social e daí termos grupos de pessoas que pensam da mesma forma. São várias realidades mas com a mesma forma e padrão.
Concluo por dizer que na minha realidade isto que escrevi faz todo o sentido mas na sua pode ser algo que, imprimido, dava um bom papel higiénico, só é pena os químicos da tinta fazerem mal à pele do nosso bout.


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terça-feira, 5 de maio de 2009

O Génio da Lâmpada (parte 11)

O Génio e a Rapariga continuavam no seu momento de amor…

Mário – Momento de amor?! É mais momento de meter nojo aos outros! Olha-me para aquelas poucas vergonhas. Sinceramente!

Shiu! Não interrompas o narrador! O Génio e a Rapariga continuaram abraçados até que o Génio, afastando a sua cara da dela, faz uma cara preocupada.

Génio – Há uma coisa que te preciso de dizer. E é importante.
Rapariga – Já me estás a assustar! Diz lá o que é.
Génio – É que eu…

Nem dando tempo ao Génio de terminar a frase, Mário começa a tossir compulsivamente.

Mário – Não podemos voltar para trás porque o edifício está a arder.
Génio – Deve ter sido o Fritz, não o devíamos ter deixado fugir!
Mário – E agora como vamos fazer? Sou novo demais para morrer!

Mário e Sandro começaram a chorar.

Génio – Que vergonha, dois matulões a chorar hahahaha!
Rapariga – Já que não podemos ir pelas escadas então resta-nos saltar pela janela.
Génio – Mas não nos esborrachamos no chão?
Rapariga – Não, isto é à beira-mar e podemos saltar para dentro de água. Há uns barcos mais a frente e podemos usá-los para voltar para terra.
Génio – Mas tenho medo das alturas.
Mário – Hahaha quem é agora o medricas? Quem? Vamos lá saltar!

Os quatro espreitaram pela janela e para maior medo de todos estavam num terceiro andar.

Rapariga – Quem é o primeiro a saltar?
Sandro – Mmm… eu…

Sandro lança-se desde o terceiro andar do edifício e cai dentro de água mergulhando em profundidade e voltando à superfície uns momentos depois. É a vez de Mário.

Mário – Aqui vou eu! Ikese! (gritou uma coisa qualquer em japonês)
Rapariga – E tu Génio saltas?
Génio – Tenho medo...
Rapariga – Vá lá! Sê corajoso! Sou eu a pedir.

A Rapariga fez uma cara à qual o Génio não pode resistir (o poder que as mulheres têm sobre nós) e ele saltou soltando um grito e aterrando na água não muito longe de Mário. De seguida saltou ela aterrando mesmo ao pé do Génio. E assim estavam todos dentro de água a nadar, uns mais que outros, em direcção a um barco de madeira que se encontrava ancorado a uma bóia. O nome de tão oportuno batel era O Caga na Meia, nome engraçado para um barco. Mário e Sandro foram os primeiros a subir a bordo ajudando depois o Génio e a Rapariga a entrar. E ali se encontravam os quatro personagens dentro do Caga na Meia a observar o edifício em chamas a ruir.

Génio – Olha se ainda estivéssemos ali dentro.
Mário – Que terá acontecido ao Fritz? Será que escapou?
Rapariga – Preocupamo-nos com isso depois. Agora vamos voltar para terra.

E novamente ela se abraçou ao Génio.

Rapariga – Quase que te ia perdendo. Não quero ficar sem ti.

O Génio esboçou um sorriso que foi compatível com o sentimento dela.

Mário – Outra vez! Ai que temos a açorda entornada!
Génio – Cala-te e rema.


Mário e Sandro pegaram nos dois remos e puseram-se a remar.

Continua...


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terça-feira, 28 de abril de 2009

O Génio da Lâmpada (parte 10)

Depois de um emocionante combate (uma esferográfica no olho de um travesti) nada melhor que um descanso bem merecido para recuperar forças que, mesmo dando apenas apoio moral, os três tinham gasto. Mas isso seria se houvesse tempo e paciência da parte do Génio, o que não havia e por isso tiveram que deixar o descanso para depois.

Génio – Temos de avançar com cuidado porque eles são trinta e nós somos três.
Mário – Isso dá vinte para cada um.
Sandro – Mmm… não… mmm… dá cinco.
Génio – Deixa cá fazer as contas… ora um e um são dois… e vão três… isso dá… ehhh… dez a cada um… acho eu. Epá não interessa! São muitos e temos de ter cuidado.

Depois de elaborados e complexos cálculos matemáticos chegaram à conclusão que deviam estar com mais atenção nas aulas e também que tinham de ter cuidado, ainda mais tratando-se de mercenários. Devagar como quem não quer ir ao longe abriram a porta que dava para a última sala deste edifício e onde estava a rapariga. Entraram pé ante pé com medo dos mercenários e qual não é o espanto quando se depararam com algo inesperado.

Génio – Não acredito nisto!
Mário – Estou tão estupefacto que até uso palavras com mais de três sílabas.

Sandro estava igualmente espantado e boquiaberto com o que via mas não proferiu nenhuma palavra, aliás como de costume.

Rapariga – Estava a ver que nunca mais chegavam!

A rapariga encontrava-se deitada sobre uma espreguiçadeira a beber um refrigerante enquanto vigiava uma pilha de corpos, á volta de trinta, que eram nada mais nada menos que o famoso exército privado do raptor.

Génio – Mataste-os?
Rapariga – Claro que não, isto pode ser lido por crianças. Apenas os fiz ver que os meus “argumentos” estavam certos.
Génio – Haha pelos vistos ficaram convencidos pela tua “argumentação”.
Rapariga – Cala-te e abraça-me que já sinto a tua falta.

Os dois abraçaram-se no meio daquela confusão toda.

Mário – Bah! Agora o ambiente ficou pior do que quando havia os vinte mercenários.
Sandro – Mmm… trinta…
Mário – Ou isso, ambos são múltiplos de quarenta.


No meio de tanta bagunça e dislexia numérica o Génio continuava abraçado à Rapariga e aos beijos porque eram muitas as saudades, tanto da parte dele como dela.

Acabou a história...
A sério!
Ok estou a brincar, isso queria o leitor!
Para bem dos seus males continua...


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domingo, 26 de abril de 2009

O Génio da Lâmpada (parte 9)

Avançaram para o compartimento seguinte e aconteceram inúmeras coisas que não me apetece referir até porque quero ver se despacho esta história do rapto. Quando chegaram ao último andar repararam novamente que era dividido em duas metades e na que eles entraram estava tudo escuro embora se visse uma fresta de luz por baixo da porta que dava para o resto do compartimento. De repente as luzes acenderam-se e apareceu um… eh… vá lá… homem… acho eu… que usava roupas de mulher incluindo umas meias de senhora na cabeça. De tão perspicaz e inteligente que o Génio era, reparou logo que era o homem que tinha raptado a rapariga. O homem misterioso começou a andar a volta deles os três que mantinham umas caras de estupefacção e de abstracção no caso do Mário que já só pensava em ir almoçar.

Homem misterioso – Muhahahahahaha! (riso maléfico) Eu, Fritz Graaf Iveenstein, o maior raptor de pessoas deste bairro, não vos deixarei passar!
Génio – Com esse nome deves ser alemão ou chinamarquês ou lá do Kosovo.
Fritz – Por acaso sou português, venho do Bombarral e chamo-me Francisco. Mas chamem-me Fritz porque é esse o meu nick no hi5.
Génio – Está bem. Então Fritz deixa-me passar para salvar a rapariga.
Fritz – Nem penses! Não passarão por mim!
Mário – Vamos ser civilizados… e andar à mocada a este gajo.

Entretanto apareceram mais dois indivíduos para servirem de guarda-costas ao raptor Fritz.

Génio – Ui! Agora é que aqueceu o ambiente.
Mário – Lembrei-me que tinha um compromisso marcado, bem vou andando.
Génio – Não vais a lado nenhum. Ficas aqui que juntos venceremos.
Fritz – Mesmo que numa remota hipótese me venças não salvarás a rapariga. Ordenei que trinta dos meus melhores mercenários sedentos de sangue tratassem dela muhahahahah!
Génio – O quê?! Como te atreves?! Vais pagar!!!!!!! Ao ataque!
Mário – Lasanha no forno!!!!!!!
Sandro – Mmm… pudim…!!!!!!

E num surto de raiva o Génio agarra uma esferográfica que estava em cima de uma mesa e arremessa-se contra os dois brutamontes, seguidamente salta em direcção ao Fritz e espeta-lhe a esferográfica no olho.

Fritz – Ai os meus collants de nylon!!!!!
Guarda-costas 1 & 2 – Ai os collants de nylon dele!!!!!!

Fritz fugiu e os guarda-costas seguiram-no tão ou mais assustados que ele.

Génio – Não te disse que juntos venceríamos? Bem foi mais a esferográfica, embora tivesse sido mais difícil sem o vosso apoio moral.

Por mais que me espante continua...


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domingo, 19 de abril de 2009

Impostos: sustentar chulos ou financiar burlões?

Uma das coisas que o Sr. Cidadão Comum (cidadão de nome e comum de família) diz assim que houve falar em impostos é “andamos aqui a bulir para andar a dar de comer aí a essa gente que vem lá do raio que os parta e que não quer fazer nenhum e parecem coelhos a fazerem filhos, é às ninhadas”. O grande problema para as pessoas é tirarem-lhes dinheiro do ordenado para pagar abonos de família a famílias numerosas consequentemente baixando os abonos das famílias com menos filhos. Parecendo inicialmente justo pois quem tem mais filhos tem mais despesas, acabou-se por gerar injustiças porque algumas famílias com mais filhos dedicando-se maioritariamente ao comércio “abdicou” de declarar os lucros ao fisco para que os abonos fossem aumentados. E como o dinheiro não nasce nas árvores (se nascesse perdia o valor) então para esses abonos serem aumentados outros terão de baixar, e baixaram os abonos das famílias com um ou dois filhos para as quais a vida é mais complicada cada dia que passa. Fora de fobias, isto acontece muitas das vezes em famílias de imigrantes embora também haja casos assim em famílias “portuguesas”. Isto está mal. É injusto sustentarmos literalmente os filhos de gente que foge aos impostos ou que não quer trabalhar. Mas não será ainda mais injusto que milionários burlões usem o dinheiro dos nossos impostos para andarem metidos em offshores em Andorra e nas Bahamas ou noutros paraísos fiscais? Esses claro que ninguém fala, pois estão demasiado longe do alcance do cidadão e além disso andam bem vestidos logo não podem ser ladrões. E caso sejam descobertos podem comprar a Justiça (quando esta está em saldos) ou optam por passar uma “férias” no Brasil e ninguém se lembra mais. Qual é mais injusto? Pagar impostos para sustentar comerciantes que não declaram ao fisco para receberem mais em abonos e subsídios ou alimentar os investimentos de empresários corruptos? Ambos injustos mas ambos uma realidade.


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quinta-feira, 16 de abril de 2009

O Génio da Lâmpada (parte 8)

Três marmanjos num buraco e tudo graças ao marmanjo Mário que pisou o raio do quadrado do pavimento saliente. Como eram civilizados e educados optaram por fazer o mais racional e começaram a espancar o Mário na esperança de que isso resolvesse o problema. Chegaram à conclusão que assim não iam a lado nenhum e puseram-se a pensar, a pensar, a pensar… Até que o Mário teve uma ideia.

Mário – Já sei! Usamos as potions que comprei na guild e fazemos full restore. Depois usamos a espher para invocar um grif raider que nos leva daqui para cima.
Génio – Mário isto não é o Final Fantasy. Isto é a vida real e não um RPG.
Mário – Por acaso não é vida real, é uma história parva escrita num blogue qualquer.
Génio – Não interessa, não é um RPG… espera ai! Deste-me uma óptima ideia!
Mário – Ai dei?
Génio – Deste pois! Se isto é uma história escrita então tem um autor. Logo se pedirmos com jeitinho ele pode reescrever a história para nos safar desta.

E assim viraram-se todos para cima e pediram com jeitinho.

Génio – Venerável autor da história, podes vir até nós?

E de repente o céu ficou negro, um raio caiu mesmo ao pé da entrada do buraco e uma luz apareceu de onde saiu uma voz grave e tenebrosa.

Autor – QUE QUEREM DE MIM?
Génio – Podias reescrever a história para nos salvar deste sarilho?
Sandro Mmmm… por favor…
Mário – E desculpa lá aquilo de há pouco.
Autor – EU REESCREVEREI A HISTÓRIA MAS COM UMA CONDIÇÃO. TU, GÉNIO, APÓS SALVARES A RAPARIGA TERÁS DE VOLTAR A SER PRISIONEIRO DA LÂMPADA E TERÁS DE REALIZAR TRÊS DESEJOS PARA SERES LIVRE NOVAMENTE.
Génio – Mas isso não faz sentido, o que tem uma coisa a ver com a outra?
AutorATREVES-TE A QUESTIONAR-ME?! A MIM O TEU CRIADOR?!ALÉM DISSO PRECISO DE MATÉRIA PARA ESCREVER.
Génio – Está bem, eu aceito os termos. Por ela sou capaz de tudo.
Autor – ASSIM SEJA!

E assim o autor desapareceu por entre uma nuvem de fumo. As luzes apagaram-se e os três personagens estavam de volta à sala onde tinha caído e o chão estava intacto. O Mário reparou novamente no quadrado do pavimento saliente e sentiu-se tentado a pisar mas o Génio atirou-lhe com uma coisa dura à cabeça.

MárioAu! Porque fizeste isso?

O olhar que o Génio lhe fez respondeu à pergunta.

Génio – Vamos! Temos de a salvar.

Como seria de esperar, continua...


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terça-feira, 14 de abril de 2009

O Génio da Lâmpada (parte 7)

Antes de avançarem para o interior do edifício antigo os três entreolharam-se e como que lendo as mentes uns dos outros disseram em uníssono “Vamos!”. E assim foram. A entrada era um portão de chapa que se abria deslizando lateralmente. Entraram e depararam-se com uma confusão de caixas vazias e vigas de ferro caídas pelo chão. Havia também teias de aranha pelos cantos o que fez Sandro tremer de medo ao imaginar que alguma aranha pudesse saltar-lhe para cima e matá-lo de susto. No final da divisão estava uma escada que dava para o primeiro andar do edifício. Subiram a escada que rangia por as placas de metal que faziam de degraus não estarem devidamente aparafusadas e encontraram-se numa sala cheia de máquinas que não faziam a mínima ideia para que é que serviam. Abriram a porta que dava para a outra metade do andar e quando a fecharam pararam para pensar (apesar de alguns não possuírem esta capacidade).

Génio – Estou a sentir um cheiro estranho que me deixa um pouco tonto.
Mário – Peço desculpa.
Génio – Não é isso. É um cheiro a gás vindo da porta.

Abriram a porta e uma nuvem de gás surgiu. Fecharam-na de imediato. O Génio e o Sandro ficaram zonzos e apoiaram-se num tubo de metal para não caírem. O Mário continuava a sorrir.

Mário – Elá! Aquilo é que foi um pivete! Daqueles nem eu consigo fazer hahahahahaha!

O Génio e o Sandro tossiam compulsivamente. Depois de tanta confusão levantaram-se e seguiram caminho. Mário reparou num dos quadrados do pavimento que estava saliente.

Mário – Olha um quadrado do pavimento que está saliente! Sinto-me deveras tentado a pisá-lo.
Génio – Está quieto! (Não sei o que há de tão apaixonante num quadrado do pavimento saliente.) Pode ser uma armadilha.
Mário – Hahaha não me faças rir! Isso é nos filmes do Indiana Jones e do Tomb Raider! Só me falta dizeres que ao pisá-lo vai abrir-se um buraco debaixo dos nossos pés que nos leva até um compartimento sem saída.

Corajosamente Mário avançou e pisou o dito cujo quadrado. O chão depressa se abriu e os três personagens precipitaram-se por um túnel que os levou até um compartimento sem saída antes que o Sandro pudesse dizer “otorrinolaringologista” (o Sandro levaria meia-hora para dizer isto). Chegados lá abaixo levantaram-se e olharam para cima onde ainda se via um resquício de luz vindo da entrada do túnel.

Mário – Ups…
Génio – Isto é estupidamente e irritantemente típico.

Continua...


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sexta-feira, 10 de abril de 2009

O Génio da Lâmpada (parte 6)

Depressa o Génio voltou para dentro de casa e disse aos outros dois habitantes, o Mário e o Sandro, que tinham de ir depressa porque a rapariga tinha sido raptada por um tipo qualquer que usa meias de senhora na cabeça (cá para mim é um travesti). O Mário era o que estava a ver televisão e o Sandro estava na cozinha a comer (para variar). O Mário é aquele tipo desmazelado com calças “a fugir à polícia” e o Sandro é uma criatura que tem por hábito falar usando maioritariamente monossilábicos, além do mais é um pouco difícil perceber o que diz.

Génio – Epá temos de ir depressa! Ela foi raptada por um… eh sei lá… não interessa! Vamos!
Mário – All right shor! Gato Bebado to the rescue!
Sandro – Mmmm… pode ser… mmm… bora.

E assim saíram os três de casa. Estava um nevoeiro e mal se via um palmo à frente do nariz, mas também quem é que é suficientemente estúpido para querer ver a palma da mão à frente do nariz num dia de nevoeiro, interessa é ver o caminho para não tropeçar em algum calhau. Viraram na primeira curva à esquerda e andaram mais de um quilómetro sem que nada acontecesse excepto o Mário ter tropeçado numa pedra por estar e tentar ver a palma da mão à frente do nariz. De repente ouviram um grito desesperado da rapariga a pedir ajuda que era mais ou menos do tipo “Ajudem-me seus inúteis! Quando vos apanhar vão ver!”. O Mário estranhou.

Mário - Que estranho. No episódio passado a rapariga estava inconsciente mas agora já está acordada e a reclamar. Cá para mim o autor da história não percebe nada do que está a fazer.

O nevoeiro passou e o céu ficou enublado e trovões rasgavam as nuvens, toda uma tempestade começava.

Génio – Ssshiu! Cala-te! Não ofendas o autor que ele pode ouvir e ele tem poder para fazer desaparecer em questão de uma frase as personagens.
Mário – Ai o que eu fui fazer! Peço imensa desculpa senhor autor. Não voltarei a repeti-lo.

A tempestade passou e o céu voltou a ficar límpido. Os três indivíduos olharam em frente e viram a rapariga a ser levada para dentro de um armazém antigo. Ganharam folgo e dirigiram-se para o estrutura onde a rapariga estava presa.

Continua...


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terça-feira, 7 de abril de 2009

Reflexão - A alma e a mente são o mesmo?

Isto é mais um daqueles assuntos que cada um tem a sua opinião e todos estamos certos ou todos estamos errados porque simplesmente não há forma de obter respostas conclusivas a esta pergunta. E por isso mesmo eu vou dizer a minha opinião e espero que o leitor, concordando ou não, dê também a sua.
Para mim a alma e a mente são formas diferentes de falar da mesma coisa.
A mente é o “eu”, aquilo que eu sou, o que define as minhas vontades e que raciocina. A mente é a minha parte racional, o que me faz ter razão ou julgar que tenho e por isso, talvez seja a parte de mim onde está a consciência que provém do meu raciocínio do que é bom ou mau. Daí quem “não tem” consciência deve-o ao facto de não pensar se está a fazer bem ou mal.
Quanto à alma apenas tenho a dizer que, na minha opinião como já foi dito, é, à semelhança da mente, o meu “eu” que controla as minhas vontades. Mas que controla as minhas vontades não racionais. A alma é como a minha parte animal, o instinto natural do ser racional. A alma é a chama da vida que nos faz reagir inconscientemente, sem pensar como se fosse automático. Quero desde já referir que esta alma de que falo não tem necessariamente a ver com a alma no sentido espiritual/religioso, quanto a essa não me manifesto por enquanto.


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segunda-feira, 30 de março de 2009

Domingo de tédio

Sabem como é naqueles dias em que acordamos com os pés de fora e só nos apetece mandar vir com tudo o que nos aparece à frente? Pois bem, hoje acordei assim. Tudo na minha casa parecia existir parra me arreliar. Decidi então ir dar uma volta depois de almoço. Pus-me a andar, andar… sempre mergulhado nos meus pensamentos mais profundos e filosóficos como por exemplo: epá já comia qualquer coisa. Quando dei conta já estava no parque da Amora, aquele lá em baixo junto ao rio e sentei-me naqueles blocos de pedra que as pessoas usam como bancos. Do outro lado do rio, aí a uns quatrocentos ou quinhentos metros (perdoem-me a minha péssima noção de distância) avisto o Seixal e a Arrentela. E se deslocar a minha visão ainda mais longe consigo ver Lisboa lá muito ao fundo. Mas vamos prestar atenção ao que está mais perto porque um Homem não deve querer mais do que o seu nariz consegue cheirar. À minha frente passa num triciclo uma menina que não lhe dou mais de cinco anos e atrás vêm os pais de mãos dadas, os avós no mesmo e o irmão mais velho que já deve estar na casa dos dez. Dava um quadro engraçado aquela família a passear ao domingo no parque, as crianças sorridentes e a brincar, os casais de mãos dadas e com uma cara alegre, tudo num mar de alegria como se não fossem uma família disfuncional. Escondem bem, escondem! Por detrás daqueles sorrisos estão uma carrada de problemas que geram discussões e discussões que geram problemas. Enfim… por quanto tempo mais irão fingir serem uma família perfeita? A minha visão move-se ao ritmo do meu olfacto quando um miúdo se senta ao meu lado a comer um pacote de bolachas. Toda a minha boca é um dilúvio de baba por tanto desejar uma daquelas deliciosas bolachas com recheio de chocolate. Ai se eu adoro chocolate! A minha grande paixão, ou segunda grande paixão que paixões há muitas mas só uma é que é a maior, e a minha maior paixão não se encontrava de corpo ali embora estivesse presente no meu pensamento. Já os meus olhos apontavam para as escassas nuvens que rastejavam pelo céu quando senti um toque no braço, era o miúdo a oferecer-me uma bolacha. Sorri e aceitei. Depois de comer a bolacha perguntei ao cachopo pelos pais dele, ao que ele respondeu: estão a trabalhar, eu encontrei um euro atrás do sofá e vim comprar um pacote de bolachas. Ao dizer-me aquilo pensei em como aquele miúdo tinha tantas coisas em comum comigo. Levei a mão ao bolso e tirei uma moeda de um euro e dei-lha. Ele agradeceu e foi-se embora. Eu também me fui para casa e para a minha plácida vida.

Hum… hum… o personagem principal volta à sua rotina habitual… hum… cheira-me a final da história. É neste momento que o leitor(a) se põe a pensar: “Mas que raio quer ele dizer com tudo isto? Uma família que finge ser feliz para esconder os problemas? Um miúdo vindo do nada que por ser generoso foi recompensado com mais do que teria se tivesse sido egoísta? Qual será a moral desta história?”. Pois bem, não faço a mínima ideia.


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quinta-feira, 26 de março de 2009

O Génio da Lâmpada (parte 5)

“Ainda os meus olhos estão cerrados pelo sono quando oiço o barulho vindo do televisor. É um desses desenhos animados japoneses com aqueles bonecos inexpressivos que guincham por tudo e por nada e onde tudo é um drama e levam dez episódios para andarem dois passos. Já para não falar daquelas estranhas gotas que escorrem pela testa nas partes “cómicas” que não têm graça nenhuma, e pergunto: mas que raio são essas gotas? Suor? Água? Ranho? (já nada me espanta!) E como se não bastasse metem aquilo em japonês e temos de ler a porcaria das legendas que só estragam (se fosse falado em inglês ainda escapava...).” – pensava o Génio. Quando este finalmente abriu os olhos deparou-se com uma criatura à sua frente que assistia a esses mesmos desenhos animados enquanto soltava gargalhadas de magnitude 11 na escala de Richter. Tinha um aspecto um pouco invulgar, ombros descaídos alegóricos ao seu desmazelo, uma barriga um pouco saliente, um cabelo seboso, uma camisola com manchas de lixívia, umas calças “a fugir à polícia” que dava para ver a meia branca cheia de carrapetas, não esquecendo uns óculos quadrados que os anos 70 já ligaram a pedir de volta. Nisto o Génio pergunta-lhe se viu para onde a rapariga tinha ido ao que ele responde com uma “coisa” em japonês que eu não digo em prol da integridade física do meu teclado e da personagem em questão. O génio, já fulo, levanta-se voltando a cair até se levantar novamente e ir procurar a rapariga. Não a encontrava em lugar nenhum e aflito gritou por ela mas não houve resposta. Continuou procurando por tudo quanto era canto, mas sem sucesso. Desesperado saiu à rua e viu ao longe uma pessoa mascarada a carregar a rapariga às costas. Viu também que a rapariga estava inconsciente e amordaçada. Que irá fazer o Génio? Terá ajuda? Quem e para onde levam a rapariga?...

Continua...


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quarta-feira, 4 de março de 2009

O Génio da Lâmpada (parte 4)

Chovia a potes de plástico (porque os de barro podem-se partir) e estava daqueles ventinhos irritantes que nos empurram para trás e incham a nossa roupa fazendo-nos parecer com bonecos insufláveis, tipo a mascote da Michelin. Aqueles ventos de final de Inverno que são uma espécie de amostra grátis de furacão, como as amostras de pedacinhos de queijo que espetam um palito e oferecem nos supermercados com a esperança de que o consumidor atinja o Nirvana e compre uma embalagem para levar para casa. Esses ventos são isso mesmo, pegam num furacão, cortam-no aos pedacinhos, espetam um palito e já está… um ventinho de final de Inverno. Sim, porque se mandam para cá um Katrina ou um El Niño lá se vai a ponte e o comboio da Fertagus. No meio disto tudo encontramos a rapariga e o génio sentados ao lado um do outro à espera que a chuva pare. Foi então que se iniciou um diálogo interessantíssimo sobre amor… paixão… agricultura… e previsão meteorológica:

Génio – Está a chover.
Rapariga – Pois…
G – Ai ai…
R – Ui ui!
G – Ainda por cima é água.
R – E é vá lá… húmida.
G – E quando nos cai em cima ficamos com aquela sensação… ora tu sabes.
R – Húmidos.
G – Não. É mais do tipo… molhados.
R – Como se não bastasse está cá um vento…
G – Mas repara que a época das melancias é só no Verão.
R – E vê lá tu que há quem se vista de verde no Inverno!
G – Como?! Se ainda ontem comi morangos.
R – Sabes uma coisa?
G – Sei várias mas diz lá.
R – Eu amo-te.
(o génio faz uma cara de parvo)
G – Invoca-me!
R – Mesmo com as melancias e os morangos… mesmo que esteja a chover água molhada… eu amo-te e invoco-te!

Nisto abraçam-se os dois, ele a ela e ela a ele. A chuva pára mas continuam abraçados. Ela encosta a cabeça ao peito dele e ele segura na mão dela e assim adormecem os dois. Até que, horas depois, são acordados por uma pessoa muito peculiar. Quem será esta nova personagem?

Continua...


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